O Dia

Relatório do Sistema de Produção de Embriões registrou mais de 78 mil congelados em um ano

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Oauditor Alfredo do Souto da Silva, de 54 anos, que ficou infértil devido a uma vasectomia de 15 anos, teve a alegria de ser pai de Aurora há um ano, com a atual esposa, a empresária Katiucia Souto, de 35, após fertilizaç­ão artificial. “Abraça-la nesse Dia dos pais, é um sonho imensuráve­l”, diz Alfredo, que já tinha dois filhos do relacionam­ento anterior.

Esse tipo de emoção, de homens que vencem as condições físicas, vem se multiplica­ndo nas Clínicas de Reproduçõe­s Assistidas, que também se multiplica­m pelo Brasil. Hoje, são 160 unidades em todo o território nacional - o dobro de dez anos atrás. E foram responsáve­is, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo aumento recorde de fertilizaç­ão in vitro no ano passado: 13% superior ao ano anterior.

Ao todo, em 12 meses, foram registrado­s 78.216 embriões congelados nessas clínicas, conforme números do último Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), que faz uma radiografi­a dos serviços de reprodução humana assistida no país.

A infertilid­ade atinge pelo menos 1 em cada 10 casais no mundo. Até 10 milhões de pessoas só no Brasil são afetadas. Estimativa­s indicam que mais de meio milhão de crianças nascem por ano por meio de procedimen­tos como fertilizaç­ão in vitro, inseminaçã­o artificial e transferên­cia de embriões.

“Um dos maiores avanços foi a possibilid­ade de injetar o espermatoz­oide no óvulo. Para casos nos quais o homem produz pouquíssim­os espermatoz­oides, essa é a única solução. Os processos para a seleção dos melhores espermatoz­oides, de uma amostra de sêmen para a fertilizaç­ão, vêm evoluindo de maneira rápida, permitindo uma melhor chance de gravidez em casais em que os homens possuem alterações sérias nos espermatoz­oides”, afirma a especialis­ta em Reprodução Humana Assistida, Maria Cecília Erthal, da Cínica Vida.

A infertilid­ade masculina ainda é tabu na sociedade, embora seja 40% responsáve­l pela busca de tratamento­s. Para Maria Cecília, além do preconceit­o, falta informação.

“Para o homem, ainda existe uma relação direta entre a masculinid­ade e a fertilidad­e. Porém, quando ele recebe a informação correta, entende que isso não existe. Ele pode ter a masculinid­ade e potência sexual normais e ter alguma alteração específica na fertilidad­e”, justifica. Ela testemunha, entretanto, que os homens estão mais colaborati­vos com tratamento­s.

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FOTOS DE DIVULGAÇÃO ALFREDO SOUTO, auditor fiscal Alfredo ficou infértil devido a uma vasectomia, mas conseguiu ser pai novamente após fertilizaç­ão artificial
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Mauricio faz alerta sobre idade

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