MP apura ‘indústria’ de fake news
MP investiga esquema ilegal de difusão de notícias falsas via WhatsApp na campanha
Vice-procurador-geral disse que há investigação para saber se campanha eleitoral tem esquema profissional de notícias mentirosas.
OMinistério Público acredita que um esquema profissional de propagação de fake news pode estar sendo usado por equipes de campanhas no Brasil. A informação é do vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros, que se reuniu ontem com representantes do WhatsApp. O aplicativo vem funcionando como o maior propagador de notícias falsas, na forma de memes, distribuídas de forma intensa na campanha.
“É preocupante quando você tem um esquema industrial de produção de mentira com uma propagação artificialmente impulsionada”, afirmou, classificando a situação de “grave”. “É isso que está Jaques de Medeiros: ‘pagar por difusão de fake news é crime’
sendo investigado em alguns casos”, completou.
Jacques afirmou que está havendo abusos e que é preciso melhorar as ferramentas da checagem de fatos no WhatsApp. “No sistema mexicano, você envia a mensagem recebida via WhatsApp a uma agência de checagem, que apura aquilo e devolve o desmentido para todo mundo
que enviou aquela mensagem”, disse.
O procurador disse que é preciso que “as pessoas sejam zelosas quando passam adiante uma informação que elas receberam e não conhecem a qualidade daquilo”. “A lei eleitoral fala que contratar alguém para difundir na internet propaganda negativa é crime, então como é um cri- me a gente tem que encontrar quem fez isso”, disse.
Na reunião, o WhatsApp prometeu avaliar sugestões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater as notícias falsas. Uma das ideias foi a de reduzir a quantidade de vezes que uma mesma mensagem pode ser compartilhada, das atuais 20 para cinco.
KIT GAY
O ministro Carlos Horbach, do TSE, determinou ontem a remoção de seis postagens no Facebook e no YouTube em que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, faz críticas ao livro ‘Aparelho Sexual e Cia.’, que ele chama de ‘kit gay’ e afirma que a obra integra material distribuído a escolas públicas na época em que Fernando Haddad (PT) comandava o Ministério da Educação. A pasta não produziu nem adquiriu o material.