Prefeitura investiga construção do BRT
Município alega que o Transcarioca tem várias irregularidades na estrutura
A Prefeitura do Rio abriu investigação para apurar a qualidade das obras do BRT Transcarioca, que foram feitas na gestão do ex-prefeito Eduardo Paes. Segundo o prefeito Marcelo Crivella, o que foi proposto no projeto não foi concluído na via de 39 quilômetros.
A decisão pela investigação aconteceu após o ex-secretário de Obras do município Alexandre Pinto, em deleção premiada à Lava Jato, ter dito que o material utilizado na obra foi de baixa qualidade. Em dez vistorias feitas pela prefeitura foram encontradas irregularidades em superfaturamento e diversas falhas no cumprimento do projeto original, com ausência de material de concreto, ferro e malha de aço. O prejuízo é estimado em R$ 15 milhões somente em concreto.
“Houve um judicialização por parte do BRT. A partir do momento que eles alegam que estão perdendo muito ônibus e a delação do Alexandre, fomos verificar se foi combinada a obra e vemos que foi combinada. Em todos os trechos verificamos que foi uma obra de péssima qualidade”, disse o prefeito.
Entre os problemas encontrados, nas visitas entre os dias 5 e 13 de outubro, os técnicos da prefeitura acharam trincas e desgastes no pavimento de concreto, gerando rachaduras e expondo barras de ligação ou armaduras e concretos de baixa qualidade. Na estação Ibiapina, na Penha, uma das mais afetadas, de acordo com a prefeitura, as pistas estavam com rachaduras. No local, a espessura do concreto foi de 15 cm, abaixo dos 30 cm estimados pelo projeto.
Segundo o procurador-geral do município, Carlos Antonio de Sá, também serão investigadas as obras da Transoeste e da Transolímpica. A construtora Andrade Gutierrez e o consórcio Transcarioca têm 30 dias para apresentar um relatório. A Andrade Gutierrez não quis se pronunciar e o consórcio Transcarioca, formado pela OAS, Carioca Engenharia e a Conter não responderam até o fechamento desta reportagem.