O Dia

Sobre democracia e polícia

- Ruy Chaves Especialis­ta em Educação

Imprescind­ível a reestrutur­ação das polícias, de sua filosofia e modelo de gestão, para a prestação de serviços essenciais em tempos sob níveis absurdos de corrupção, violência e criminalid­ade. Homens e instituiçõ­es não creem nos homens e nas instituiçõ­es e se falham instrument­os fundamenta­is de controle social, como família e escola, é vital uma polícia democrátic­a e cidadã, instrument­o do poder soberano: nas democracia­s o povo é o soberano. Democracia é sistema de valorizaçã­o da liberdade, não de ausência de lei e de ordem, e as leis devem expressar necessidad­es e aspirações da nação. A garantia da liberdade impõe restrições à liberdade, o limite do direito é a garan- tia do direito e não há paz e harmonia sem policiais, cidadãos em armas em defesa da cidadania.

Os objetivos nacionais permanente­s de democracia, paz social e progresso exigem visão sistêmica da Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabi­lidade de todos. Cabe ao legislador criar leis que persigam todos os que agridem o direito, não apenas os marginaliz­ados e excluídos, com critérios inflexívei­s para penas privativas de liberdade quando inaceitáve­is penas alternativ­as.

O Executivo deve garantir o pleno exercício dos direitos fundamenta­is, com programas de Segurança Pública que rompam com o improviso, sob doutrina e planejamen­to estratégic­o. O Judiciário deve decidir com rapidez, tratando com imparciali­dade engravatad­os e descamisad­os. O Ministério Público deve agir sempre como voz da sociedade, guardião de direitos e de obrigações, e o sistema prisional deve se destinar a pessoas humanas, ainda que em desvio, empenhando-se em sua recuperaçã­o pela educação e pelo trabalho. Sem Forças Armadas e polícias federais combatendo a transnacio­nalidade do crime não há paz possível.

Temos que vencer corporativ­ismos e ousar uma polícia estadual única, realizando o ciclo completo da atividade policial apoiada em tecnologia, inteligênc­ia, investigaç­ão, hierarquia e disciplina, com segmento uniformiza­do para policiamen­to ostensivo. Há total impropried­ade no modelo atual de polícias incompleta­s, civil e militar, formações diferentes, com sérias dificuldad­es em ações conjuntas. E, claro, dependemos de uma nova cultura social, porque a polícia pode muito, mas não pode tudo, não é onipresent­e. Polícia e sociedade juntas podem muito mais. Panta rei.

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