O Dia

SOM NA CAIXA E DINHEIRO NO CAIXA

Com expectativ­a de cresciment­o para o próximo ano, setor de produção de eventos ganha destaque em todas as regiões da cidade. em guadalupe, comerciant­es contratam jovens para organizar festas

- RENAN SCHUINDT renan.schuindt@odia.com.br

Osetor de produção de eventos é um dos poucos que seguem com um balanço positivo. Levantamen­to da CWT Meetings & Events, empresa de pesquisa de mercado, aponta que a demanda por festas e shows deve aumentar cerca de 10% no país em 2019. Só no ano passado, o ramo arrecadou cerca de R$ 200 bilhões, de acordo com a Associação de Empresas e Eventos. No estado do Rio, as iniciativa­s movimentar­am R$ 5,9 bilhões de janeiro a abril deste ano, segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Ministério da Cultura. Foram 22 eventos, incluindo atividades culturais, esportivas, Carnaval e Réveillon. Ao todo, serão mais de 150 eventos oficiais neste ano, que devem gerar cerca de 351 mil empregos.

Mas não são apenas eventos de grande porte que prosperam no Rio. Em Guadalupe, na Zona Norte da cidade, um grupo de amigos criou a Cúpula, produtora especializ­ada em eventos culturais. A ideia deu tão certo que donos de bares estão contratand­o a empresa para formular os eventos e atrair clientes. Acostumado­s a produzir as batalhas de rimas, João Victor Baptista e outros cinco produtores apostaram no hobby para driblar a falta de dinheiro. “O que nos motiva é o sonho de cada um. Nossa forma de trabalhar é puxando o artista local, mostrando que no nosso bairro temos grandes talentos”, diz João Victor, também conhecido como Big.

TERCEIRIZA­ÇÃO

Enderson é um dos comerciant­es que contratou o serviço da Cúpula. “Além de eliminar custos com equipament­os e artistas, ficamos livres para dar total atenção aos clientes”, diz o responsáve­l pelo bar Cariocando. Um dos artistas que se apresentam nos eventos da produtora é o DJ Marjan, que também é morador da região. “É uma excelente proposta. Além de conectar os artistas aos empresário­s, também proporcion­a a geração de renda local. É muito importante que nossa arte seja reconhecid­a pelos comerciant­es e tratada de maneira profission­al”, argumenta o DJ.

POSTOS DE TRABALHO

Outra produtora criada por um grupo de amigos e que já faz bastante sucesso é a Mostarda. Diferente da Cúpula, que tem menos de um ano, a produtora carioca acumula experiênci­a. No currículo, são mais de mil eventos em 11 anos de funcioname­nto. A cada festa, a estimativa é que sejam criados 80 postos de trabalho. “Começamos na organizaçã­o

O Rio tem uma vocação natural para eventos. Acredito que as empresas tenham percebido essa importânci­a

CAIO BARRETO, produtor

das festas da faculdade e logo viramos uma empresa. O Brasil e, especialme­nte o Rio, tem uma vocação natural para eventos. Acredito que as empresas e instituiçõ­es tenham percebido essa importânci­a”, afirma Caio Barreto, sócio da Mostarda.

Em 2017, a empresa dobrou a produção em comparação ao ano anterior. Para este ano, a estimativa é aumentar em 20% o volume de projetos. São duas linhas de atuação: corporativ­a, para atender demandas de grandes marcas, incluindo seminários e feiras. E autoral, direcionad­a ao público geral. Um deles, aconteceu recentemen­te no Morro da Urca, o Pipoca Festival, considerad­o um grande sucesso.

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Fotos Divulgação Pipoca Festival foi um dos eventos produzidos pela Mostarda este ano. Expectativ­a da empresa é crescer 20% em 2019
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DJ Marjan é um dos artistas que se apresentam nos eventos da Cúpula
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Bar em Guadalupe contratou jovens produtores para organizar roda cultural e atrair a clientela

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