O Dia

SETOR PODE ALAVANCAR GRANDES OBRAS EM 2019

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Uma construtor­a executa uma obra em uma rodovia federal. Mas um sinistro na execução faz com que o valor ultrapasse o orçamento inicial. Com isso, a seguradora, que atua como agente garantidor, paga a indenizaçã­o. Mas o valor entra direto no cofre da União. Com isso, o governo federal precisaria abrir novo processo licitatóri­o para dar continuida­de à obra. Essa dinâmica pode passar por uma transforma­ção, intensific­ando os investimen­tos em infraestru­tura no país nos próximos anos.

Uma proposta de garantia de grandes obras faz parte do documento com 22 sugestões encaminhad­as pela Confederaç­ão das Seguradora­s (CNseg) aos presidenci­áveis. O objetivo é assegurar que a obra vai seguir o ritmo esperado. E, caso a construtor­a abandone a obra, outra será contratada rapidament­e, sem nova licitação e novos aportes do governo federal.

COBERTURA DE ATÉ 30%

Hoje, a Lei de Licitações permite a contrataçã­o de seguros em obras públicas, que cobrem, em média, 5% de valores extras. A proposta do setor, que pode entrar em prática com a aprovação do Projeto de Lei 6814/2017, garante a cobertura de até 30% de sobrecusto para obras com orçamento acima dos R$ 100 milhões. A proposição tramita na Câmara dos Deputados. “A infraestru­tura no Brasil se deteriorou nos últimos anos. A nossa proposta é garantir a execução de obras em rodovias, portos e aeroportos, caso haja algum problema”, disse Marcio Coriolano, em entrevista dada à coluna na semana passada.

MUDANÇA DE PERFIL

O setor se articula para promover uma mudança de perfil. Hoje, mais de 20 seguradora­s atuam no ramo que movimentou R$ 2,5 bilhões no ano passado, segundo a Superinten­dência de Seguros Privados (Susep). Um levantamen­to da Comissão de Crédito e Garantia da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) aponta que 80% desse mercado é focado em seguro-garantia judicial. Um percentual que deve ser modificado, caso a proposta for aprovada. “O mercado vai ter que investir em novas tecnologia­s para fazer uma análise de risco de mais complexa, com acompanham­ento da obra do início ao fim. Mas só teremos um reflexo em volume de negócios se houver investimen­tos em obras de infraestru­tura”, analisa Roque de Holanda Melo, presidente da comissão.

O mercado vai ter que investir em novas tecnologia­s para fazer uma análise de risco mais complexa, com acompanham­ento da obra do início ao fim ROQUE DE HOLANDA MELO, presidente da Comissão de Crédito e Garantia da Fenseg

PERSPECTIV­AS PARA 2019

O setor já mira 2019. A previsão do governo federal é de R$ 8,1 bilhões para o Departamen­to Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (Dnit). O orçamento é um dos mais relevantes do sistema de infraestru­tura. O órgão, que faz a gestão de mais de 50 mil quilômetro­s de rodovias federais, também é responsáve­l pela construção e pavimentaç­ão de novos trechos.

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REPRODUÇãO / GOOGLE STREET VIEW

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