O ZERO-UM DE WILSON WITZEL
A Coluna entrevista o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC). Do mesmo partido de Wilson Witzel, ele diz contar com o apoio do futuro governador para presidir a Assembleia Legislativa a partir de fevereiro. “Muitas reformas precisam ser feitas, mas não vamos mexer na Previdência”, afirma.
O DIA: De que forma a eleição de Witzel ajuda a sua candidatura à presidência da Alerj?
Márcio Pacheco: A minha candidatura visa apresentar a Alerj como ponto de apoio para dar governabilidade para o estado, para esse novo governo que precisa montar a sua base. Tenho conversado com o governador Witzel. Muitas reformas precisam ser feitas.
Entre elas a Reforma da Previdência?
Não vamos mexer nisso. Servidor tem que ser respeitado. Votei contra o aumento da alíquota de 11% para 14%. Muitas medidas vão acontecer agora. Algumas delas serão duras. Mas tem uma frase do governador Witzel que eu gosto muito: “Servidor não paga a conta da corrupção e da má gestão.”
Quais reformas serão prioritárias?
A principal é cortar gastos que não sejam absolutamente emergenciais. Tanto na Alerj quanto no governo. Precisamos cortar na carne e dar o exemplo. Vou manter a devolução dos carros oficiais e analisar todos os contratos. A Alerj precisa dar transparência a todos os contratos e gastar o mínimo possível no que diz respeito a dinheiro público. O Witzel quer analisar toda a máquina, as secretarias. Enxugar e trazer investimentos.
Há outras candidaturas postas à presidência da Alerj. A de André Ceciliano (PT) e a de André Corrêa (DEM), por exemplo.
Eu e André Corrêa temos um pacto, que é não concorrer um contra o outro. Também tenho o mesmo pacto com o Rodrigo Amorim (PSL). Quem tiver mais viabilidade política, seja com a força do governo ou com conversas internas na Alerj, será o presidente. Haverá um consenso. Mas não votarei no André Ceciliano, porque eu não voto no PT. Por essa razão, o meu governo, que é do PSC, vai fazer campanha contra o PT. Nada contra o André Ceciliano, que é meu amigo, mas ideologicamente o partido dele tem bandeiras com as quais eu não concordo.
O fato de Rodrigo Amorim ser deputado de primeiro mandato beneficia o senhor nessa disputa?
É praxe que o maior partido coloque seu presidente (na próxima legislatura, será o PSL). O Rodrigo Amorim é um deputado de primeiro mandato, mas muito experimentado na vida pública. Já foi secretário cinco vezes. A máquina do Legislativo talvez seja muito peculiar e precise de experiência, mas ele é um quadro experiente, e o PSL tem legitimidade para reivindicar o comando da Casa. O senador Flávio Bolsonaro junto com a bancada vai delinear esse espaço. Repito: o Rodrigo, o André Corrêa e eu temos esse pacto. Seja quem for o presidente, o outro vai ocupar um lugar importante na Alerj para ajudar a Casa a governar junto com Witzel.