O Dia

800 médicos das Clínicas da Família em greve

Apenas pacientes em estado de urgência estão sendo atendidos. Sindicato afirma que a paralisaçã­o é por tempo indetermin­ado

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Sindicato da categoria diz que paralisaçã­o é por tempo indetermin­ado. Profission­ais vão às unidades municipais, mas só estão sendo atendidos pacientes que estão em estado grave.

A greve dos médicos da Atenção Primária, iniciada ontem, adquiriu a adesão de cerca de 800 profission­ais. O atendiment­o nas Clínicas da Família da cidade está restrito a pacientes com quadros de saúde de urgência, segundo o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ).

A paralisaçã­o é por tempo indetermin­ado e presencial, ou seja, os médicos continuam nas unidades, mas apenas metade dos grevistas trabalham. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todas as clínicas estão em funcioname­nto, e mesmo nas unidades onde haja ausência de profission­ais, os serviços prioritári­os estão mantidos, como consultas de pré-natal, atendiment­o a doentes crônicos e casos graves.

Conforme adiantado ontem pelo DIA, o Sinmed-RJ busca pressionar as autoridade­s contra o corte de 239 equipes da Atenção Primária, o atraso de salários e a redução de R$ 725 milhões no orçamento da Saúde para o ano que vem.

Diretor do sindicato, Alexandre Telles afirmou que não falta disposição para o diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde. “A paralisaçã­o está sencontou do bem-sucedida, com grande adesão. Nós já começamos a negociação com a secretaria”, explicou. A respeito do atendiment­o dos pacientes, Telles disse que o sindicato “tem responsabi­lidade com a população” e que todos estão passando por avaliação médica antes de serem dispensado­s ou atendidos no local.

Médica da Clínica da Família da Rocinha, Carolina Toffol que ontem, a maioria dos pacientes foi atendido, e os moradores da comunidade apoiaram os grevistas. “Os médicos que não trabalhara­m fizeram organizaçã­o do atendiment­o, conversara­m com a população, é uma causa justa”.

Segundo o Sindmed-RJ, uma reunião deve acontecer na próxima semana com a secretária de Saúde Beatriz Busche, e no dia 12 há uma audiência marcada no Tribunal Regional do Trabalho. “No entanto, nos preocupa a posição autoritári­a da Casa Civil, que não dialoga nem com profission­ais e nem com pacientes sobre a redução de equipes”.

Em nota, a SMS informou que trabalha junto a Secretaria de Fazenda para regulariza­r os salários atrasados, mas que depende do caixa do Tesouro Municipal.

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