O Dia

Boca x River, o Jogo dos Sonhos

Bombonera recebe hoje o Supercláss­ico da Argentina, no primeiro duelo das finais da Copa Libertador­es

- DANIEL MEROLLA Da AFP

Oêxtase da paixão futebolíst­ica na Argentina ficará à tona hoje, às 18h (de Brasília), na disputa de um inédito supercláss­ico do país na final da Copa Libertador­es entre Boca Juniors e River Plate, tão populares quanto predestina­dos a fazer história. O primeiro cenário será a mítica Bombonera do Boca, o estádio que pulsa quando milhares de espectador­es saltam e gritam nas arquibanca­das. A volta acontecerá no dia 24 no grandioso Monumental de Núñez, casa do River.

É a primeira vez que os dois rivais se enfrentam na final da Libertador­es desde que o torneio, o mais desejado do continente, foi criado em 1960.

“É o jogo dos sonhos”, declarou o ex-técnico da Argentina Marcelo Bielsa, hoje treinador do inglês Leeds United.

Os rivais se enfrentara­m apenas duas vezes em um século na final de uma competição valendo um título oficial. Em 1976, o Boca venceu o River por 1 a 0 e ergueu o troféu do torneio Nacional. Já o River levou a Supercopa argentina naquele mesmo ano ao vencer por 2 a 0.

Um Boca x River tem algo de inexplicáv­el. O diário inglês ‘The Observer’ afirmou que um amante do futebol “não tem o direito de morrer antes de assistir, pelo menos uma vez, a um Boca x River”. Mas também não precisa ser uma questão de vida ou morte: na imprensa argentina é possível ver diversas reportagen­s com conselhos médicos de como se prevenir de um infarto provocado pelo clássico.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, que já foi presidente do Boca, tentou convencer os dois clubes a permitir a entrada de torcedores rivais em seus respectivo­s estádios para as finais, mas não foi ouvido. “Não quero ser responsáve­l por uma morte”, disse o presidente do River, Rodolfo D’Onofrio. O atual presidente do Boca, Daniel Angelici, concordou com o rival, devido ao alto número de mortes no futebol na Argentina, mais de 300 em meio século.

A loucura se reflete na venda de ingressos. Lugares que custavam 90 dólares nas semifinais estão sendo vendidos por 25 mil dólares para a decisão. Só podem entrar 53 mil pessoas na Bombonera e 67 mil no Monumental. “Precisaría­mos de três Bomboneras”, disse Angelici.

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