Sem bichinho no prato

Na casa de Ana

e Franz Hermann, as refeições sempre foram baseadas em legumes, verduras e oleoginosas. E quando a filha Olga chegou, o caminho natural foi seguir a alimentação dos pais. A menina, hoje com 4 anos, tem ótima saúde, realiza exames periódicos e visita regularmente o médico — como qualquer criança deve fazer. Mas, nesta família, existe um hábito que é cada vez mais comum: ninguém consome nada de origem animal, eles são veganos.

Nos últimos anos, o número de pessoas (inclusive crianças) que adotaram a alimentação vegana cresceu muito — no Brasil, estima-se que este mercado cresça 40% ao ano. Mas e a saúde, como fica?

A pediatra Laura Ohana, vegana e mãe de 2 filhos também veganos de 7 e 4 anos, explica que, segundo a Academy of Nutrition and Dietetics (antiga ‘American Dietetic Association’), uma dieta vegana adequadamente planejada pode prover benefícios à saúde e pode ser adotada por pessoas de todas as idades. “Isso inclui as mulheres que amamentam e os bebês. Tanto gestantes quanto lactantes podem ser veganas. Nesta fase, é importante lembrar que os nutrientes maternos passarão para o bebê através do leite materno. Logo, uma dieta rica em cálcio, ferro, proteínas, ômega 3 e calorias faz-se importante. E o consumo de B12 por meio de suplementação é essencial para que o bebê possa receber essa vitamina em quantidades adequadas também”, pontua.

A nutricionista Alexandra Marinho explica que esse tipo de alimentação é muito mais simples do que parece, mas é preciso supervisão e atenção a cada alimento oferecido, para que o pequeno tenha a quantidade suficiente de nutrientes para o seu desenvolvimento — o ideal é que o acompanhamento seja realizado por pediatra e nutricionista especializado. Carolina Liberato, nutricionista do CEL, lembra ainda que os pais devem proporcionar uma alimentação que seja fácil de ser digerida e absorvida. “Quando se faz uma alimentação balanceada, conseguimos reunir todos os macro e micro nutrientes sem problemas”, finaliza.