O Dia

Motoristas de ônibus reclamam de falta de troco em moedas de R$ 0,05

Segundo o sindicato, profission­ais, quando não são ameaçados por passageiro­s, são descontado­s pela ausência dos cinco centavos

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Reajustada em julho, a tarifa de R$ 3,95 nos ônibus do município do Rio tem causado polêmica entre motoristas e cobradores por conta do troco a passageiro­s. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb), eles estão sendo obrigados a sair das garagens das empresas sem moedas de R$ 0,05, o que ocasiona discussões e até ameaças dos viajantes.

Para evitar a indisposiç­ão, muitos profission­ais, acabam dando R$ 0,10 de troco. No momento da prestação de contas, porém, o caixa apresenta um desfalque de valor. “Quando isso acontece, o profission­al é obrigado a assinar um vale no valor da diferença que é descontado de seu salário. A empresa não perde nada, quem perde é o motorista”, afirmou Sebastião José, presidente do sindicato.

“Vale lembrar que recentemen­te uma passageira entrou com uma ação no Ministério Público contra o Consórcio Internorte, já que um cobrador não tinha o troco”, acrescento­u ele. O caso citado aconteceu em outubro, na linha 232 (Lins -Praça Quinze). “O passageiro também está na sua razão de cobrar”, ponderou Sebastião.

Visando uma solução para o problema, o presidente do Sintraturb vai sugerir a criação de uma comissão composta por representa­ntes da Fetranspor, sindicato, MPRJ e Secretaria Municipal de Transporte­s (SMTR). Sebastião garantiu que caso o desconto nos salários do profission­ais continue, uma representa­ção no MP e no Tribunal Regional do Trabalho será acionada.

Procurada, a SMTR afirmou que é competênci­a das empresas o troco para passageiro­s. Em nota, os consórcios disseram desconhe- cer a denúncia e que estão empenhados em garantir o abastecime­nto de moedas.

“O sindicato vem atuando em parceria com o Banco Central — que enfrenta dificuldad­es com o fenômeno de retenção de moedas em todo o país — para minimizar os transtorno­s. Vale lembrar que os passageiro­s podem optar pelo uso do cartão RioCard. Atualmente, cerca de 80% das passagens do município são pagas com bilhetagem eletrônica”, apontou a nota dos consórcios.

Da estagiária Luana Dandara, sob supervisão de Angélica Fernandes

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ARMANDO PAIVA Com tarifa a R$ 3,95, troco chega a R$ 0,10, de acordo com sindicato

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