O Dia

Árbitro de Vídeo entra em campo no Carioca 2019

Ferj realiza um trabalho específico para juízes e auxiliares utilizarem o recurso, inédito na história do estadual

- HUGO PERRUSO hugo.perruso@odia.com.br

Assim como os jogadores, a arbitragem fez a sua pré-temporada para o Carioca 2019. Foram 78 árbitros e assistente­s que trabalhara­m em três turnos, entre treinos físicos, fundamento­s e palestras teóricas de segunda-feira a sextafeira. E a principal novidade neste sétimo ano de trabalho, feito no CT da Confederaç­ão Brasileira de Vôlei, em Saquarema, foi a utilização do árbitro de vídeo (VAR).

Com a estreia do sistema, que será utilizado em dez jogos (nas semifinais e finais de turno e do Estadual), uma das preocupaçõ­es da Comissão de Arbitragem da Ferj é na orientação em relação aos protocolos, como tempo para tomar a decisão e como proceder. Como os 20 árbitros e assistente­s cariocas aptos a trabalhar com VAR fizeram treinament­o na CBF em 2018, o foco foi mais na parte teórica.

Apesar da orientação da Fifa de punir jogadores que pedirem o uso do VAR, o entendimen­to da Comissão de Arbitragem é que, neste primeiro momento, o mais importante é conscienti­zar.

“Percebemos que não funciona ainda evitar que jogadores peçam para o árbitro ver o VAR. Entendemos, e acho que a Fifa também, que nesse primeiro momento a arbitragem tem que conduzir essa situação de maneira a orientar mais do que punir, porque eles precisam de mais tempo para entender o processo do VAR”, afirmou o presidente da Comissão de Arbitragem da Ferj, Jorge Rabello, que promete um Workshop para explicar melhor o sistema para jogadores, treinadore­s, dirigentes e imprensa nesta semana.

Com a presença do VAR nas semifinais e finais de turno e do Estadual, os assistente­s que ficam atrás dos gols não serão utilizados nesses jogos, deixando a ajuda apenas para o vídeo. E esse é outro ponto que mereceu atenção. Rabello quer evitar que o árbitro relaxe em tomadas de decisões. Ele usa como exemplo a Copa do Mundo de 2018, em que 20 lances decisivos foram revistos no campo, sendo 17 corrigidos em relação à decisão inicial do trio de arbitragem.

“A parte psicológic­a já está sendo trabalhada. O árbitro tem que sempre tomar a decisão e, a partir daí, é que vai se utilizar o VAR. Não pode se escorar na tecnologia. Entendemos que no inconscien­te pode-se relaxar, mas estamos trabalhand­o para evitar isso. Se o árbitro central estiver bem preparado, o VAR não vai participar. O que não pode é ter 20 lances e 15 serem revistos. Vamos nos preocupar com isso”, garante Rabello.

Além dos dez jogos decisi- vos, a Ferj pretende utilizar o VAR como teste em mais três ou quatro partidas, todas offline, sem interferir no campo. Para auxiliar no aperfeiçoa­mento dos árbitros, a Hawk-Eye Innovation­s, a mesma empresa responsáve­l pelo sistema na Copa do Mundo e que foi contratada para o Carioca, vai instalar equipament­os de simulação na sede da federação, com mil vídeos para seguir com o treino aos árbitros.

NA ATIVA

Apesar da pré-temporada ter acontecido entre os dias 7 e 11, os árbitros já estão na ativa desde o fim de dezembro, quando começou a primeira fase do Carioca. Com jogos nas últimas quarta e quinta, três deles deixaram Saquarema para apitar na Seletiva e voltaram para terminar a preparação.

No contrato para o Carioca, o custo total do VAR gira em torno dos R$ 425 mil por dez jogos, mais o treino dos árbitros

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