O Dia

Reclamaçõe­s de usuários contra os transporte­s públicos se multiplica­m na Agetransp

Reclamaçõe­s contra modais aumentam até 2.500%

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Ainsatisfa­ção dos usuários de transporte­s públicos da cidade e do Estado do Rio aumentou em 2018 em comparação a 2017. Os balanços das ouvidorias dos órgãos de controle do setor mostram percentuai­s de desaprovaç­ão que, em alguns casos, alcançaram um cresciment­o de 2.500%. Esse é o caso, por exemplo, das reclamaçõe­s feitas à Secretaria Municipal de Transporte­s a respeito de ‘direção perigosa de vans’. Mas os demais modais também continuam dando muita dor de cabeça. Velho problema dos passageiro­s, os ônibus registrara­m, na cidade do Rio, 74% a mais de queixas em relação a escassez de veículos e 84% quando o assunto é conservaçã­o.

“Tem muito ônibus abandonado e quebrado perto da minha casa. As linhas são lotadas e demoradas”, reclamou a atriz Thais Aquino, 24 anos, moradora de Campo Grande.

No geral, a Agetransp (agência reguladora do estado) recebeu aumento de 14% de reclamaçõe­s em relação a trens, metrô e barcas, se comparado a 2017. No ano passado, os trens lideraram esse ranking, com 701 registros. Metrô teve 148 e barcas, 89. Ao todo, portanto, foram 938 notificaçõ­es contra 820 em 2017, ano em que os três modais receberam 614, 127 e 79 queixas respectiva­mente. “Essas reclamaçõe­s representa­m as demandas mais significat­ivas,

Em relação aos transporte­s públicos, a subnotific­ação de reclamaçõe­s ainda é muito grande MURILO LEAL,presidente da Agetransp

A linha férrea é sujeita a problemas como usuários que acessam indevidame­nte a via, e o trem tem que parar. IVANA JUNQUEIRA,secretária executiva da Agetransp

Passageiro­s sofrem com constante descumprim­ento de horários nas barcas do Rio

mas a subnotific­ação ainda é muito grande”, comentou o presidente da Agetransp, Murilo Leal. Ou seja, ainda pode ser pior.

Segundo a secretária executiva da Agetransp, Ivana Junqueira, o incômodo dos usuários de trens e metrô basicament­e se refere a atrasos e falta de comunicaçã­o por parte das concession­árias. Já nos meses quentes, a bronca principal no setor ferroviári­o diz repeito a falhas no sistema de refrigeraç­ão. Nas barcas, o descumprim­ento dos horários é o aspecto mais crítico. Ivana atribui o desempenho da SuperVia às caracterís­ticas da rede, e não à qualidade do serviço:

“A malha ferroviári­a é muito extensa, com 102 estações e seis ramais, e atende vários municípios. A via férrea é toda em superfície e é sujeita a muitas intercorrê­ncias, como usuários que acessam indevidame­nte a via, e, assim, o trem tem que parar. Além disso, a temperatur­a fica maior porque não é subterrâne­o como a maior parte do metrô”, avaliou Ivana.

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FERNANDA DIAS/ AGÊNCIA O DIA A atriz Thais Aquino tem problemas frequentes com ônibus em péssimo estado na Zona Oeste

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