Reclamações de usuários contra os transportes públicos se multiplicam na Agetransp
Reclamações contra modais aumentam até 2.500%
Ainsatisfação dos usuários de transportes públicos da cidade e do Estado do Rio aumentou em 2018 em comparação a 2017. Os balanços das ouvidorias dos órgãos de controle do setor mostram percentuais de desaprovação que, em alguns casos, alcançaram um crescimento de 2.500%. Esse é o caso, por exemplo, das reclamações feitas à Secretaria Municipal de Transportes a respeito de ‘direção perigosa de vans’. Mas os demais modais também continuam dando muita dor de cabeça. Velho problema dos passageiros, os ônibus registraram, na cidade do Rio, 74% a mais de queixas em relação a escassez de veículos e 84% quando o assunto é conservação.
“Tem muito ônibus abandonado e quebrado perto da minha casa. As linhas são lotadas e demoradas”, reclamou a atriz Thais Aquino, 24 anos, moradora de Campo Grande.
No geral, a Agetransp (agência reguladora do estado) recebeu aumento de 14% de reclamações em relação a trens, metrô e barcas, se comparado a 2017. No ano passado, os trens lideraram esse ranking, com 701 registros. Metrô teve 148 e barcas, 89. Ao todo, portanto, foram 938 notificações contra 820 em 2017, ano em que os três modais receberam 614, 127 e 79 queixas respectivamente. “Essas reclamações representam as demandas mais significativas,
Em relação aos transportes públicos, a subnotificação de reclamações ainda é muito grande MURILO LEAL,presidente da Agetransp
A linha férrea é sujeita a problemas como usuários que acessam indevidamente a via, e o trem tem que parar. IVANA JUNQUEIRA,secretária executiva da Agetransp
Passageiros sofrem com constante descumprimento de horários nas barcas do Rio
mas a subnotificação ainda é muito grande”, comentou o presidente da Agetransp, Murilo Leal. Ou seja, ainda pode ser pior.
Segundo a secretária executiva da Agetransp, Ivana Junqueira, o incômodo dos usuários de trens e metrô basicamente se refere a atrasos e falta de comunicação por parte das concessionárias. Já nos meses quentes, a bronca principal no setor ferroviário diz repeito a falhas no sistema de refrigeração. Nas barcas, o descumprimento dos horários é o aspecto mais crítico. Ivana atribui o desempenho da SuperVia às características da rede, e não à qualidade do serviço:
“A malha ferroviária é muito extensa, com 102 estações e seis ramais, e atende vários municípios. A via férrea é toda em superfície e é sujeita a muitas intercorrências, como usuários que acessam indevidamente a via, e, assim, o trem tem que parar. Além disso, a temperatura fica maior porque não é subterrâneo como a maior parte do metrô”, avaliou Ivana.