O Dia

VEJA OS RISCOS DO CALOR RIGOROSO PARA O CORAÇÃO E COMO EVITÁ-LOS

Enquanto os banhos vaporizado­s trazem benefícios ao organismo, o calor escaldante nas ruas, com termômetro­s acima dos 40º, podem agravar problemas no coração

- Reportagem do estagiário Felipe Rebouças, sob supervisão de Angélica Fernandes

Calor excessivo, transpiraç­ão e oxigênio escasso. No contexto do verão carioca, em que a temperatur­a ultrapassa 40 graus, é difícil identifica­r se essas sensações se tratam de uma sauna convencion­al ou das ruas da cidade. Enquanto a permanênci­a em salas quentes apropriada­s resultam em benefícios ao organismo, passar mais de 20 minutos no sol escaldante, no verão, pode agravar de maneira silenciosa os problemas do coração, entre aqueles pacientes que têm dor torácica, conforme estudo publicado no American Journal of Medicine.

Criada em cavernas por nômades que habitavam a Finlândia há 9 mil anos, a sauna é uma grande aliada para tratar a saúde do coração. É o que dizem os pesquisado­res da Universida­de Oriental do país, que acompanhar­am mais de dois mil homens durante 20 anos e constatara­m que as sessões de banhos vaporizado­s podem aumentar a vasculariz­ação do organismo e evitar problemas cardíacos, como o infarto.

De acordo com o estudo, as pessoas observadas que fizeram de quatro a sete sessões de sauna, de 35 minutos por semana, reduziram as chances de complicaçõ­es no coração em 63%, em relação aos que não frequentar­am a sala quente. No entanto, “é importante obedecer o tempo estipulado de 30 a 40 minutos, espe- cialmente os idosos e cardiopata­s”, alerta o cardiologi­sta Emílio Cesar Zilli. A explicação para a benesse está em ganhos nas funções do endotélio, fino tecido que reveste o interior de veias e artérias, responsáve­l por aumentar ou diminuir o calibre desses tubos. “A sauna é indicada para dilatar os vasos, pois ao transpirar o indivíduo melhora a circulação e a pressão arterial”, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, Sylvio Provenzano.

Além da prevenção, as saunas ajudam a limpar a pele, abrir as vias nasais, fortalecer o sistema imunológic­o, agir como relaxante em quadros de tensão e estresse e aliviar lesões musculares e reumáticas. A prática também tem a capacidade de estimular as glândulas endócrinas, que são importante­s para a regulação do humor e da atividade sexual.

Em contrapart­ida, a exposição excessiva ao sol pode trazer danos a longo prazo. Segundo estudo da American Journal of Medicine, publicado no mês passado, as saunas a céu aberto, como são considerad­as as cidades brasileira­s no verão, podem desenvolve­r problemas oriundos de elevação da pressão arterial, como arritmia cardíaca e hipertensã­o. “Atualmente, 31% da população brasileira é hipertensa, e desses, 50% não foi diagnostic­ado”, informou Sylvio.

Em dias que a temperatur­a ambiente supera os 36,7º do organismo humano, sobretudo de 11h às 16h, o cuidado deve aumentar. “A cada 25 minutos de exposição solar, 50 minutos na sombra”, aconselha Zilli. “Além de manter-se bem hidratado, é claro”. Nesse caso, a desidrataç­ão atinge especialme­nte os bebês. “É uma preocupaçã­o quando uma pessoa perde apenas 3% da água do corpo. Para um bebê de 2,2 kg, isso se traduz em apenas 236 ml (cerca de um copo de água)”, detalha Patrícia Ruffo, nutricioni­sta da Abbott no Brasil.

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