Depois de preso, Cesare Battisti vai para a Itália
Foragido desde 1981, o italiano será entregue diretamente ao governo da Itália
Condenado por matar quatro pessoas em seu país na década de 1970, o italiano foi capturado na Bolívia. Nos últimos dias do governo Temer, o STF deu sinal verde para sua prisão e extradição.
Aprisão do italiano Cesare Battisti na Bolívia na tarde de sábado provocou mal-estar entre os governos brasileiro e italiano, cada um reivindicava a ida do foragido diretamente ao seu país. De acordo com as autoridades da Itália, a detenção foi possível pela parceria entre investigadores italianos e bolivianos. Battisti, que caminhava tranquilamente pela rua, estava em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia, e foi capturado por volta das 17h de sábado. Segundo relatos, ele não tentou escapar. Questionado pelos policiais, respondeu em português. O italiano usava calça azul e camiseta, óculos escuros e barba falsa.
Em um primeiro momento as autoridades avaliavam se Battisti seria enviado ao Brasil e posteriormente para Europa. Mas no final da tarde de ontem, foi decidido que a extradição para a Itália seria feita diretamente da Bolívia. Uma aeronave do governo italiano com agentes da Aise, a agência de inteligência do país, permaneceu aguardando orientações em território boliviano.
Mas enquanto não se decidia como a extradição de Battisti seria feita - se direto para Itália ou com uma “escala” no Brasil, houve desencontro de informações. O premiê italiano, Giuseppe Conte, afirmou em sua página do Facebook que Cesare Battisti iria diretamente da Bolívia para a Itália “nas próximas horas”.
Conte, assim como o ministro do Interior, Matteo Salvini, agradeceu ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro pela parceria que levou à captura. O premiê agradeceu também às autoridades bolivianas envolvidas na prisão. A Itália já havia informado que também tinha mandado um avião para buscar Battisti na Bolívia.
Mais cedo, o ministrochefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, havia afirmado que Battisti seria extraditado à Itália pelo Brasil, e que viria primeiro ao país em um avião da Polícia Federal.
Pelo Twitter o assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe G. Martins comemorou a prisão.”Ele logo chegará ao Brasil e daqui será transferido para a Itália para cumprir pena de prisão perpétua”, escreveu.