Guaidó marca dia para entrada de ajuda
O opositor venezuelano Juan Guaidó anunciou ontem que a ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos chegará à Venezuela em 23 de fevereiro. O presidente interino, reconhecido por 50 países, bate de frente com a postura adotada por Nicolás Maduro, que considera a decisão uma porta de entrada para uma intervenção militar. Diante de 250 mil apoiadores, inscritos para colaborar com a entrada da ajuda no país, Guaidó reafirmou sua decisão e pediu que todos organizem, a partir do fim de semana, assembleias, juntas e acampamentos humanitários itinerantes. “A ajuda humanitária vai entrar sim ou sim na Venezuela, porque o usurpador vai ter que ir, sim ou sim da Venezuela. Não é a primeira que a Venezuela vai se livrar de um tirano, mas esperamos que seja a última”, acrescentou. Ontem foi habilitado um novo centro de armazenamento, desta vez, no estado de Roraima, que também faz fronteira com a Venezuela. O primeiro fica em Cúcuta, na Colômbia, próximo à ponte binacional Tienditas, bloqueada pelos militares com dois enormes contêineres de carga e uma cisterna. Há cinco dias, alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos estão armazenados sem poder entrar no país.
Enquanto isso, em Caracas, Maduro convocou uma manifestação de seguidores contra o que chamam de “intervenção imperialista” dos EUA. “Queremos a paz para a Venezuela, todos queremos a paz para a Venezuela, que os tambores da guerra se afastem, que as ameaças de invasão militar se afastem”, declarou.
O líder socialista nega a existência de “emergência humanitária” e garante que todas as dificuldades financeiras e de abastecimento pela quais a Venezuela passa, são resultado das duras sanções impostas pelos norte-americanos. . Em uma entrevista à BBC de Londres, Maduro foi enfático: “na Venezuela não há fome”.