PM liga o alerta máximo em 16 regiões
O DIA teve acesso a relatório da Inteligência que aponta áreas com possibilidade de conflitos entre grupos criminosos
Setor de Inteligência da polícia trabalha para tentar impedir confrontos entre criminosos de Norte a Sul da cidade.
Nas áreas em que 16 batalhões são responsáveis pelo policiamento, um relatório da Inteligência da Polícia Militar, ao qual
O DIA teve acesso, constatou que há “níveis de instabilidade e possibilidade iminente de confrontos entre grupos criminosos”.
Somente entre os dias 19 e 28 de junho, nas regiões do 3º BPM (Méier); 7º BPM (São Gonçalo); 9º BPM (Rocha Miranda); 4º BPM (São Cristóvão); 17º BPM (Ilha do Governador); 20º BPM (Mesquita) e 35º BPM (Itaboraí), novos incidentes, como mortes de lideranças do tráfico, tentativas de expansão de territórios de milicianos e disputas entre traficantes rivais fizeram a corporação ligar o alerta vermelho e aumentar o policiamento.
Outras 10 grandes áreas já estavam no radar da corporação. Chamadas de “conflagradas, mas estáveis”, elas apresentam possibilidades de novos confrontos pelos mais diferentes assuntos. Na Rocinha, a tensão é causada por um triângulo amoroso proibido. A namorada de um gerente do tráfico
teria se relacionado com o traficante Loirinho e, por isso, ele foi sentenciado à morte. Ocorre que Loirinho seria considerado um filho para Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que mesmo dentro de um presídio federal, ainda seria um dos chefes do crime no local. O conflito interno poderia rachar a quadrilha, o que fez a PM reforçar o policiamento na região.
Novos desdobramentos em disputas que já ocorrem há meses também são listados pela polícia. Como no Morro do Dezoito, no Méier, que tem influência da quadrilha Amigos dos Amigos (ADA), mas sofre tentativas de invasões do Terceiro Comando Puro (TCP). Erick Bandeira teria sido morto a mando do tio, que está preso, após mudar de lado, no dia 19 de junho.
Em todas as áreas, segundo o relatório, as ordens partem de dentro dos presídios. Sobre isso, o promotor André Guilherme Freitas, que atua na fiscalização dos presídios, é taxativo. “Isso ocorre devido a pomboscorreios; servidores corruptos e uso de celulares. É necessário restrições em relação ao contato do interno com terceiros”, disse.