Falta de licitação pode comprometer projeto do BRT
prometidas para o BRT, nos últimos meses, podem mudar de rumo com as negociações da prefeitura para devolver a gestão do transporte ao Rio Ônibus, após o fim da intervenção, marcado para 29 de julho. Nomeado em janeiro pelo prefeito Marcelo Crivella para resolver a crise do sistema, o interventor Luiz Alfredo Salomão afirma que a licitação prevista para o segundo semestre, que iria escolher o novo operador, está prejudicada. Para Salomão, se a decisão for confirmada, exigências do edital não devem ser cumpridas, como a reconstrução do Transoeste para corrigir problemas da pista. ‘Duvideodó’, dispara. Uma das promessas dos empresários é colocar segurança em todas as estações.
O que levou a prefeitura a fazer um acordo para devolver a gestão do BRT para o Rio Ônibus?
NSOLUÇÕES
O DIA: SALOMÃO:
Essa pergunta precisa ser feita ao prefeito, ele é quem pode responder pelos seus atos. Eu tenho uma hipótese: o prefeito está buscando a solução mais segura para operar o Transbrasil. É previsto que ele seja inaugurado no final deste ano. Eu sou cético. Acho que só vai começar no início do
ano que vem. E as empresas prometeram várias coisas. Recuperariam 90 ônibus que estão quebrados, comprariam ônibus para o Transbrasil. O prefeito disse que essa é a opção mais segura para operar o novo corredor. Mas o acordo não está feito. É uma intenção de ambas as partes e depende das garantias do Rio Ônibus de que as metas serão cumpridas.
A prefeitura desistiu da licitação anunciada?
NQuando eu cheguei aqui não existia visão de futuro. Os empresários não queriam investir mais nada, nem para recuperar os ônibus quebrados. Por outra parte, existiam várias deficiências deixadas pela administração anterior. Por exemplo, a pista do Transoeste. A estação de Santa Cruz é uma vergonha, tinha que ser três vezes maior para não deixar os passageiros debaixo de chuva e de sol. Eu dizia: “prefeito, precisamos fazer um terminal em Mato Alto
ou no Magarça, que estavam previstos originalmente, mudar Santa Cruz e recuperar a Cesário de Melo”. Naquilo ali foram jogados fora de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões de dinheiro público. Quem pagou foi o governo Eduardo Paes.
NA que se refere esse valor?
Às 20 estações que estão abandonadas e às pistas na Avenida Cesário de Melo. Quando eu falei isso, o prefeito me disse: “se você me arranjar o dinheiro no sistema, eu faço. O poder concedente não tem recursos. Vocês estão vendo a penúria orçamentária da prefeitura”. Os empresários me diziam o mesmo: “não temos dinheiro, não vamos investir no Transbrasil”. Só tinha um jeito, fazer uma licitação, atrair investidores novos que, primeiro, recuperassem o Transoeste. O Transoeste tem que ser reconstruído. O que fizemos nele foi uma maquiagem. Ele precisa de uma obra de fundo, trocar a base, que é argila mole, ou fazer estaqueamento. O novo investidor teria que assumir também a recuperação das estações da Cesário de Melo e outras que estão fechadas. Íamos aproveitar essa oportunidade para instalar ônibus elétricos. Isso estava caminhando lentamente, estávamos trabalhando no edital dessa licitação, que aconteceria no segundo semestre. O que o prefeito vai decidir? A segurança ou uma visão de futuro? Ele é que tem que decidir isso.
NO senhor já disse que nunca houve licitação para o BRT. Provavelmente estava alinhado com o prefeito. Mudou o entendimento?
NE a licitação?
Fica prejudicada, né?
Nessa questão, o prefeito é que tem que se alinhar comigo, porque eu sou constituinte. Se alguém tem que se alinhar é ele com a Constituição. Não sou eu. A Lei 8.987 (Lei de Concessões) manda os poderes concedentes se alinharem a ela. O Eduardo (Paes), com a licitação 10/2010, que é um escândalo, deu de mão beijada (às empresas de ônibus) o que seria a concessão do BRT. No edital está dito que, no dia em que houvesse o BRT, os consórcios teriam o dever de operá-lo. Pode conceder o que não existe?
Além do conserto de ônibus, há outras promessas para o serviço que justifiquem a volta do Rio Ônibus?
NComo posso regular um serviço público que não