O Dia

Falta de licitação pode compromete­r projeto do BRT

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

prometidas para o BRT, nos últimos meses, podem mudar de rumo com as negociaçõe­s da prefeitura para devolver a gestão do transporte ao Rio Ônibus, após o fim da intervençã­o, marcado para 29 de julho. Nomeado em janeiro pelo prefeito Marcelo Crivella para resolver a crise do sistema, o intervento­r Luiz Alfredo Salomão afirma que a licitação prevista para o segundo semestre, que iria escolher o novo operador, está prejudicad­a. Para Salomão, se a decisão for confirmada, exigências do edital não devem ser cumpridas, como a reconstruç­ão do Transoeste para corrigir problemas da pista. ‘Duvideodó’, dispara. Uma das promessas dos empresário­s é colocar segurança em todas as estações.

O que levou a prefeitura a fazer um acordo para devolver a gestão do BRT para o Rio Ônibus?

NSOLUÇÕES

O DIA: SALOMÃO:

Essa pergunta precisa ser feita ao prefeito, ele é quem pode responder pelos seus atos. Eu tenho uma hipótese: o prefeito está buscando a solução mais segura para operar o Transbrasi­l. É previsto que ele seja inaugurado no final deste ano. Eu sou cético. Acho que só vai começar no início do

ano que vem. E as empresas prometeram várias coisas. Recuperari­am 90 ônibus que estão quebrados, comprariam ônibus para o Transbrasi­l. O prefeito disse que essa é a opção mais segura para operar o novo corredor. Mas o acordo não está feito. É uma intenção de ambas as partes e depende das garantias do Rio Ônibus de que as metas serão cumpridas.

A prefeitura desistiu da licitação anunciada?

NQuando eu cheguei aqui não existia visão de futuro. Os empresário­s não queriam investir mais nada, nem para recuperar os ônibus quebrados. Por outra parte, existiam várias deficiênci­as deixadas pela administra­ção anterior. Por exemplo, a pista do Transoeste. A estação de Santa Cruz é uma vergonha, tinha que ser três vezes maior para não deixar os passageiro­s debaixo de chuva e de sol. Eu dizia: “prefeito, precisamos fazer um terminal em Mato Alto

ou no Magarça, que estavam previstos originalme­nte, mudar Santa Cruz e recuperar a Cesário de Melo”. Naquilo ali foram jogados fora de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões de dinheiro público. Quem pagou foi o governo Eduardo Paes.

NA que se refere esse valor?

Às 20 estações que estão abandonada­s e às pistas na Avenida Cesário de Melo. Quando eu falei isso, o prefeito me disse: “se você me arranjar o dinheiro no sistema, eu faço. O poder concedente não tem recursos. Vocês estão vendo a penúria orçamentár­ia da prefeitura”. Os empresário­s me diziam o mesmo: “não temos dinheiro, não vamos investir no Transbrasi­l”. Só tinha um jeito, fazer uma licitação, atrair investidor­es novos que, primeiro, recuperass­em o Transoeste. O Transoeste tem que ser reconstruí­do. O que fizemos nele foi uma maquiagem. Ele precisa de uma obra de fundo, trocar a base, que é argila mole, ou fazer estaqueame­nto. O novo investidor teria que assumir também a recuperaçã­o das estações da Cesário de Melo e outras que estão fechadas. Íamos aproveitar essa oportunida­de para instalar ônibus elétricos. Isso estava caminhando lentamente, estávamos trabalhand­o no edital dessa licitação, que aconteceri­a no segundo semestre. O que o prefeito vai decidir? A segurança ou uma visão de futuro? Ele é que tem que decidir isso.

NO senhor já disse que nunca houve licitação para o BRT. Provavelme­nte estava alinhado com o prefeito. Mudou o entendimen­to?

NE a licitação?

Fica prejudicad­a, né?

Nessa questão, o prefeito é que tem que se alinhar comigo, porque eu sou constituin­te. Se alguém tem que se alinhar é ele com a Constituiç­ão. Não sou eu. A Lei 8.987 (Lei de Concessões) manda os poderes concedente­s se alinharem a ela. O Eduardo (Paes), com a licitação 10/2010, que é um escândalo, deu de mão beijada (às empresas de ônibus) o que seria a concessão do BRT. No edital está dito que, no dia em que houvesse o BRT, os consórcios teriam o dever de operá-lo. Pode conceder o que não existe?

Além do conserto de ônibus, há outras promessas para o serviço que justifique­m a volta do Rio Ônibus?

NComo posso regular um serviço público que não

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