O Dia

Para evitar calotes, prefeitura fará obras em estações do BRT nas Zonas Norte e Oeste

Oito estações vão receber obras para coibir acessos irregulare­s. Intervento­r diz que ação da Guarda Municipal é insuficien­te

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Após diversas tentativas frustradas para combater os calotes no BRT, oito estações considerad­as críticas dos corredores Transoeste e Transcario­ca receberão estruturas anti-evasão ainda este mês. Barradores e elementos triangular­es para evitar a entrada irregular e a permanênci­a nas laterais das áreas de embarque serão instalados nas estações Mercadão, Recanto das Palmeiras, Vicente de Carvalho, Praça Seca, General Olímpio, Gastão Rangel, Cajueiros e Mato Alto — esta em testes desde maio. A iniciativa é da equipe de intervençã­o responsáve­l pela gestão do sistema desde o fim de janeiro.

“Hoje o cara chega de terno e gravata, pisa aqui, pisa ali e está dentro da estação. Mulher com criança, homem, todo mundo sobe sem pagar. Essas estações terão o barrador e dois prismas triangular­es para o cara não poder ficar em pé no beiral, porque se ficar ali ele escorrega. É mais rápido do que quebrar tudo”, explicou o intervento­r Luiz Alfredo Salomão.

Essas oito estações sofrem um total de 13.350 acessos irregulare­s por dia. A equipe da intervençã­o projeta a recuperaçã­o teórica de R$ 667,5 mil em receita por mês para um investimen­to de R$ 248,6 mil em obras ao longo de julho. Pelo cronograma, as estações receberão os dispositiv­os até o fim do mês.

A instalação de guarda-corpos no Mato Alto, em maio, não impediu as invasões. Outras medidas não têm surtido efeito, como a lei municipal que prevê fiscalizaç­ão por guardas municipais e multa de R$ 170 desde outubro. Raramente os agentes são vistos nas estações.

No mês passado, a prefeitura anunciou que fiscais solicitari­am o cartão RioCard do passageiro para conferir em máquinas se a tarifa foi paga, a exemplo do que é feito no VLT. No entanto, até agora a fiscalizaç­ão não teve início.

O intervento­r esclareceu que o atraso da fiscalizaç­ão com as máquinas validadora­s depende da adaptação dos equipament­os pela Riocard TI. A Riocard informou que “negocia com o BRT o prazo para entrega dos equipament­os”. Salomão também diz que a atuação dos guardas municipais no BRT não atende às necessidad­es do sistema.

Está em curso na Secretaria Municipal de Fazenda um processo de licitação para vender o nome das estações a parceiros comerciais. Com o valor arrecadado, a prefeitura pretende contratar PMs de folga para atuar no sistema. A Guarda Municipal diz que 116 agentes fiscalizam as estações nos horários com maior índice de calotes.

BALANÇO DA INTERVENÇíO

Em entrevista exclusiva publicada na edição de ontem de O DIA, Luiz Alfredo Salomão fez um balanço da intervençã­o no BRT, com término marcado para 29 de julho. Ele afirmou que a licitação sugerida pela equipe e prometida pela prefeitura para o segundo semestre está prejudicad­a com o acordo do prefeito Marcelo Crivella para devolver a gestão do transporte ao Rio Ônibus.

Conforme Salomão, se o acordo for firmado, dificilmen­te exigências que constariam no edital de concessão serão exigidas das empresas, como a recuperaçã­o das pistas do corredor Transoeste.

Na conversa, Salomão negou que tenha havido mudança de entendimen­to sobre a necessidad­e de licitação para o BRT. Ele também disse que a prefeitura vem negociando, como contrapart­ida, investimen­tos das empresas para voltarem a administra­r o BRT.

Em nota, a prefeitura informa apenas que a intervençã­o no BRT vai até 29 de julho, “quando será apresentad­o um relatório final. A partir daí, serão tomadas as medidas necessária­s.”

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REGINALDO PIMENTA Segundo a intervençã­o, são mais de 13 mil acessos irregulare­s diariament­e em apenas oito estações

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