O Dia

Choque de ordem no Pedro II faz melhorar o atendiment­o

Após fim de semana de intervençã­o na unidade, secretária avisa que equipes terão treinament­o

- RENAN SCHUINDT renan.schuindt@odia.com.br

A Secretaria de Saúde do município fez blitz no hospital de Santa Cruz e anunciou medidas contra o colapso no sistema. Pacientes tiveram menos problemas ontem.

Uma das principais unidades de saúde da Zona Oeste, o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, passou por um choque de ordem no final de semana. Ontem, a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, esteve no local pelo terceiro dia consecutiv­o e anunciou mudanças. Embora a população ainda reclame de pontos específico­s, a gestora acredita estar no caminho para uma virada na saúde pública (veja a entrevista abaixo). A reportagem de O DIA também percorreu o Rocha Faria e Albert Schweitzer, as outras duas unidades municipais na região. E, apesar de queixas, a impressão de quem vai ao local é de que a intervençã­o trouxe reflexos positivos.

No Pedro II, umas das medidas foi a substituiç­ão da coordenado­ria de enfermagem. Além disso, treinament­o dos profission­ais e criação de projetos estão entre as novidades. A recepcioni­sta Flávia Ramos, de 35 anos, que levou a tia Francisca Maria Neves, de 79, ao local na noite de sábado, reclamou de falha na comunicaçã­o e demora para a aplicação do medicament­o.

Segundo ela, a espera não foi tão longa como costuma ser. Após alguns exames, foi constatada a falta de sódio no organismo da idosa, que foi internada na sala amarela da unidade. A sobrinha se queixou da falta de medicação naquele momento. E, posteriorm­ente, da falta de comunicaçã­o. “Minha tia estava desorienta­da, foi internada durante a madrugada e só foi medicada às 7h, com dipirona. Questionam­os a enfermeira e ela disse que era a ordem médica. A gente passa um longo tempo sem notícias, sem sa

ber o que está havendo com nosso familiar”, desabafou.

A falta de comunicaçã­o também já foi monitorada pela equipe de intervençã­o. Segundo a secretária, este é um dos motivos para justificar o treinament­o dos profission­ais. “Problemas como o dessa paciente poderiam ser solucionad­os com uma simples conversa. A pessoa precisa saber qual será o próximo passo da equipe em relação ao seu ente”, reconheceu Beatriz Busch, que acompanhou o prontuário da paciente. “A falta de sódio causa a desorienta­ção e o procedimen­to foi correto”, avaliou.

O choque de ordem no Pedro II deu um pouco mais de esperança para moradores da Zona Oeste. No entanto, a reclamação ainda era grande em relação à demora e à falta de informação. “Minha avó deu entrada com muitas dores e não estava conseguind­o andar. Estamos aqui há duas horas e ela só passou pela avaliação de risco”, afirmou a estudante Renata Cabral, 18 anos, que estava no Rocha Faria, em Campo Grande.

No Albert Schweitzer, em Realengo, o panorama era quase o mesmo. No entanto, familiares de pacientes se mostraram esperanços­os com a ação no Pedro II. “Tomara que a secretária não vá embora sem olhar para os outros hospitais”, disse Magdala Rodrigues, que acompanha a mãe, de 87 anos, internada no local.

Alguns problemas poderiam ser solucionad­os com uma conversa. A pessoa precisa saber o próximo passo em relação ao seu ente BEATRIZ BUSCH, secretária Municipal de Saúde

Espero que o gabinete venha para cá também. Tomara que a secretária não vá embora sem olhar para os outros hospitais MAGDALA RODRIGUES, cuja mãe está no Albert Schweitzer

 ?? CLÉBER MENDES ?? Recepcioni­sta Flavia Ramos, que levou a tia ao Pedro II, reclamou da falta de comunicaçã­o e de demora para aplicação de medicament­o
CLÉBER MENDES Recepcioni­sta Flavia Ramos, que levou a tia ao Pedro II, reclamou da falta de comunicaçã­o e de demora para aplicação de medicament­o

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