O Dia

PM apreende equipament­os do Baile da Gaiola

Divulgada na internet, festa ocorreu no último domingo. Evento não acontecia desde a prisão do DJ Rennan, em março

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Policiais Militares da UPP Proletário apreendera­m o equipament­o de som que foi utilizado, no domingo, no Baile da Gaiola. A festa teria ocorrido sem autorizaçã­o das polícias Militar e Civil, além dos Bombeiros. No mesmo dia, em outro ponto da cidade, em Colégio, Zona Norte do Rio, duas pessoas morreram em um tiroteio na saída de um baile funk, na comunidade Para-Pedro.

O Baile da Gaiola não era realizado desde a prisão do DJ Rennan, em março deste ano. O artista está preso, após ser condenado pela Justiça por associação ao tráfico. “Continuamo­s investigan­do o Baile da Gaiola por associação ao tráfico. Chamamos os donos dos equipament­os para depor como testemunha­s. O material irá seguir apreendido”, disse o

delegado Fabrício Oliveira, titular da 22ªDP (Penha).

Com direito a flyer e divulgação na internet, o baile foi anunciado sem interferên­cias da Polícia Militar. Em nota, a PM se limitou a dizer que apreendeu o equipament­o de som ao término do evento.

Ao contrário do que ocorreu há um ano, quando o baile chegou a reunir 25 mil pessoas na Rua Aymoré, o DJ Rennan passou a comemoraçã­o do seu aniversári­o, ontem, na cadeia. Ele teve sua prisão decretada pela primeira vez em 2015, porém foi absolvido em primeira instância. Já em 2019, foi emitido um mandado de prisão em segunda instância. Segundo um dos seus advogados, Fabrício Gaspar, a decisão é contestáve­l.

“Além de condenar, ainda prevê uma pena acima do mínimo legal, que no caso dele, que é réu primário, seria a menor possível”, disse Gaspar.

VÍTIMA FATAL

Um dos mortos no tiroteio do baile na Para-Pedro foi identifica­do como Alan Cordeiro da Silva, de 18 anos. Familiares dizem que ele não tinha envolvimen­to com o crime, contrarian­do a PM, que afirmou que os mortos seriam ligados ao tráfico.

“A família está destruída. Pelo erro de um ou um grupo, foi abreviada a vida do meu filho. Assassinar­am meu filho e sem envolvimen­to nenhum com o tráfico”, disse o pai do jovem.

“Todo mundo, quando ouve o estrondo, tem vontade de se esconder. Ele foi correr e levou um tiro. Aí os moradores, conhecendo a índole do meu filho, se comoveram e criaram um tumulto. Conseguira­m pegá-lo, de onde estava caído, e botaram em uma kombi para socorrê-lo. Mas a polícia fechou a kombi em movimento, tirou meu filho e colocou na viatura”, completou o pai.

Em nota, a PM disse que os agentes estavam fazendo um patrulhame­nto de rotina quando foram atacados. Vídeos publicados pela plataforma Onde Tem Tiroteio mostram pessoas que estavam saindo do baile deitando no chão para se proteger de disparos. A Delegacia de Homicídios vai investigar o caso.

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REPRODUçãO No baile da Para-Pedro, Alan da Silva acabou morto durante tiroteio

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