O Dia

Novo vazamento revela reuniões de Moro com o MPF

Segundo reportagem, troca de mensagens atribuídas a membros da Operação Lava Jato revela novas irregulari­dades na ação

- > Curitiba, Paraná

Mais um vazamento de mensagens atribuídas a membros da Operação Lava Jato mostra novas evidências de irregulari­dades na ação do então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública. Segundo mensagens divulgadas ontem à noite em parceria entre o repórter Reinaldo Azevedo e o site The Intercept, Moro participav­a de reuniões de planejamen­to de operações orquestrad­as pelo Ministério Público Federal e pela PF.

As reuniões eram agendadas antecipada­mente. Segundo Azevedo, juízes consultado­s pela reportagem disseram que esse tipo de encontro só seria aceitável em caráter de emergência, para resolver algum imprevisto ou antecipar riscos de uma operação.

Em um dos diálogos, o procurador Deltan Dallagnol atribuiu a Moro a responsabi­lidade de escolher o dia e os horários mais apropriado­s para a reunião. Em setembro de 2015, Dallagnol enviou mensagem pelo Telegram para o então juiz. “Caro, quando seria bom dia e hora para reunião com a PF sobre aquela questão das prioridade­s?”, perguntou. “Sem tempo para reuniões sem nesta e na próxima semana (…)”, respondeu Moro.

Em 17 de outubro de 2015, Moro e Deltan discutem data “oportuna” para encontro. No dia 18, Moro decide o horário: “10h30”. Em outra mensagem, Moro avisa que mandou prender “três da Odebrecht tentando não pisar em ovos. Receio reação negativa do Supremo”. O ex-juiz achou “convenient­e” que Deltan acionasse a “PGR”.

STF QUESTIONA MORO

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), quer saber se há alguma investigaç­ão que tenha o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, como alvo. Toffoli pediu informaçõe­s ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e à PF. O despacho foi dado em ação apresentad­a pelo partido Rede Sustentabi­lidade para anular procedimen­tos que tenham Greenwald como alvo. O STF deu prazo de cinco dias para que Moro e PF respondam ao questionam­ento. Segundo o site O Antagonist­a, a PF pediu ao Coaf um relatório das atividades financeira­s de Greenwald. Até agora, a informação não foi confirmada ou desmentida.

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REPRODUçãO TV SENADO Ministro Sergio Moro atuou como juiz federal da força-tarefa

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