Família acusa PMs por mortes
Técnicos de refrigeração teriam sido confundidos com bandidos, afirmam parentes
“Nós pagamos os salários deles para nos defender e não para nos matar”. Esse é o desabafo de um primo do técnico de refrigeração Diego Souza, de 31 anos, morto em uma ação da PM contra roubo de carga na última quarta-feira. Na ocasião, Leomir Ribeiro dos Santos, de 29, também técnico de refrigeração, foi mais um baleado e morreu.
O caso aconteceu na Rodovia Niterói-Manilha (BR101), na altura da Reta da Laranja, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio, enquanto a dupla seguia para realizar a instalação de um ar-condicionado na região. A família acredita que eles foram baleados por policiais militares ao serem confundidos com criminosos em fuga.
De acordo com testemunhas, no momento da morte deles, bandidos que estavam fugindo da polícia em um veículo colidiram contra o carro em que estavam os técnicos de refrigeração. Os rapazes saíram do automóvel e teriam corrido na direção oposta, quando foram baleados. A família conta que os tiros partiram dos policiais que estavam no local.
Diego morreu na hora, e Leomir foi levado ao Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo na quinta-feira.
O primo de Diego, que pede para não ser identificado, contou que o profissional deixou dois filhos, um de 4 e outro de 7 anos, e que a situação no estado é revoltante.
“A sociedade precisa se posicionar. Um pai de família não pode sair de casa para trabalhar e ser morto dessa forma. A polícia matou dois inocentes e ninguém se manifestou até agora”.
Procurada pelo DIA sobre os questionamentos das famílias dos técnicos de refrigeração, a PM repetiu, em nota, o que disse na quartafeira sobre a ocorrência, dizendo que ambos foram atingidos por bala perdida.