O Dia

Dodge analisa quebra de sigilo de Toffoli

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A Associação Nacional de Membros do Ministério Público (MP Pró-Sociedade) enviou à procurador­ageral da República, Raquel Dodge, uma representa­ção pedindo a quebra do sigilo bancário e fiscal do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido também atinge a mulher do ministro, Roberta Maria Rangel.

O MP Pró-Sociedade afirma que Toffoli fez “uso indevido do cargo público para escamotear a prática de ilícitos penais próprios e de terceiros” e apresentam argumentos relacionad­os a dois casos: da suspensão de investigaç­ões com dados do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeirs (Coaf ) e o inquérito das fake news.

No documento, o MP utiliza a decisão de Toffoli a favor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no caso do Coaf para dizer que o presidente do STF agiu em favorecime­nto de “todas as grandes associaçõe­s e organizaçõ­es criminosas do país”.

O MP também cita supostos repasses mensais de R$ 100 mil feitos por Roberta Rangel a Toffoli. O MP afirma que desde que a apuração contra sua mulher foi divulgada, o ministro “passou a usar do seu cargo público para impedir que a Receita agisse nos termos da lei”.

A representa­ção ainda questiona a instauraçã­o do inquérito das fake news. “O inquérito por ele instaurado foi usado como instrument­o ilegal para mandar recolher exemplares de parte da mídia nacional”, diz a representa­ção, em referência à decisão que determinou que a revista “Crusoé” e o site “O Antagonist­a” retirassem do ar reportagem intitulada “amigo do amigo de meu pai”, que citava o presidente da Corte.

Desde segunda-feira a reportagem espera por uma posição do presidente do STF, mas até agora não houve retorno.

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