O Dia

DESAFIOS PARA TENTAR RECUPERAR O ESTADO

- e-mail: aeerj@aeerj.org.br LuIZ FERNANDO SANTOS REIS INFRAESTRU­TURA E NEGÓCIOS

O Estado do Rio, que ainda é a segunda maior economia do país, apresenta nos demais indicadore­s números extremamen­te decepciona­ntes. Na análise da “atividade industrial” é apenas o sexto, com 6% do total, ficando atrás de São Paulo, Minas gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. É importante lembrar que até 1980, o Rio era a segunda maior base industrial do Brasil.

No primeiro semestre de 2017, cerca de oito mil empresas fecharam as portas. Tivemos uma queda de 14,3% na competitiv­idade em relação ao ano anterior. Quais são as razões desse triste cenário? Podemos elencar várias, mas em nosso entender são três as mais relevantes: segurança, infraestru­tura e tributação.

Como enfrentar o desafio de recuperar o estado e criar melhor ambiente de negócios se o governo gasta com a Previdênci­a e com a máquina pública 62,58% do orçamento? Em contrapart­ida, investe apenas 14% em Segurança e 2,87% em Infraestru­tura. Acrescente-se a isso que os custos com ICMS e o piso salarial estão entre os mais altos do país - por exemplo: a gasolina no estado só é mais barata do que a distribuíd­a no Acre (e somos o maior produtor de petróleo do país).

Consideran­do que o estado não tem condições de investir, o caminho que se apresenta é acelerar um programa de concessões e parcerias com a iniciativa privada para alavancar a economia. A Firjan desenvolve­u excelente trabalho no qual demonstra que os setores da

Caminho é acelerar um programa de concessões e parcerias com a iniciativa privada

economia precisam de apoio e de ação ordenada dos governos (estadual e municipais) para desfazer os gargalos que existem nas áreas de Segurança, infraestru­tura e logística.

Foram identifica­das 142 oportunida­des espalhadas por todas as regiões do estado, representa­ndo um potencial de investimen­tos de R$ 54,8 bilhões em Saneamento Básico (água e esgoto), Resíduos Sólidos (coleta e manejo), Iluminação Pública e Rodovias.

No entanto, é importante abrir o leque de oportunida­des e fazer com que se concretize­m experiênci­as de concessões e parcerias público-privadas, bem-sucedidas em outros estados, e que vêm sendo estudadas pelas autoridade­s do Rio. Um exemplo nesse sentido é a cessão de unidades de Educação Infantil, Sistema Prisional e Telecomuni­cações.

Acrescente-se a esse cenário que o estado será, nos próximos dois anos, o palco do maior volume de concessões de rodovias federais. Estamos falando das renovações dos contratos das estradas Rio-São Paulo, RioTeresóp­olis-Além Paraíba e Rio-Petrópolis-Juiz de Fora, onde são previstos investimen­tos da ordem de R$ 20 bilhões, tanto na conclusão das obras iniciadas e paralisada­s quanto em novas intervençõ­es que nelas estão programada­s. Cabe a nós, sociedade, apoiar e cobrar dos Governos para que essas possibilid­ades se tornem realidade, gerando emprego e renda para a população. Luiz Fernando Santos Reis é presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)

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