Governo dialoga com Alemanha e Estados Unidos sobre a Amazônia
Presidente teve conversa com chanceler alemã. Comissão brasileira falou sobre o tema com Trump
Apreocupação com as queimadas na Amazônia dominam a pauta do governo. Em meio a um cenário de crise institucional e de críticas de lideranças europeias em relação às políticas ambientais na região amazônica, Jair Bolsonaro usou o Twitter para revelar uma conversa com a chanceler alemã Angela Merkel, ontem à tarde. Segundo o presidente, a conversa também foi pautada pela soberania brasileira na região.
Em nota, o Planalto afirmou que o contato foi “franco e cordial” e agradeceu o esforço dos países em colaborar com Brasil no combate às queimadas. “A pedido do governo alemão, o Serviço Europeu de Ação Externa foi mobilizado para avaliar a situação das queimadas na América do Sul”, tuitou.
Indicado pelo pai para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro aproveitou uma reunião com o presidente norte-americano Donald Trump na Casa Branca para debater o assunto. “O Presidente disse ainda ter carinho especial com a América Latina e respeitar nossa soberania na Amazônia”, tuitou. “Além disso, Sr. Trump aceitou nossa proposta de trabalhar conjuntamente para desenvolver
de forma sustentável a Amazônia. Acordos de livre comércio e de treinamento militar conjunto também foram falados”, completou, ao falar sobre a reunião, que também contou com as participações do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins.
O vice-presidente Hamilton Mourão também falou sobre o assunto no almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Ele culpou os interesses comerciais pelas críticas feitas pelo presidente francês Emannuel Macron à gestão do Brasil na Amazônia. “O acordo Mercosul-UE atinge produtores franceses, é a nossa agricultura chegando na União Europeia. É um gigante avançando”, afirmou.
Na semana passada, Macron convocou na reunião do G7 uma discussão sobre as queimadas na floresta brasileira. O francês propôs uma ajuda econômica para minimizar os danos da tragédia, o que foi considerado pelo governo brasileiro como uma afronta à soberania do país.