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Como quitar dívida com o INSS e se aposentar logo

Saiba como acertar as contas com a Previdênci­a antes de a reforma entrar em vigor e mudar as regras.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os trabalhado­res que têm contribuiç­ões previdenci­árias em atraso devem verificar se vale a pena colocar os recolhimen­tos ao INSS em dia. O preenchime­nto dos “buracos” na contagem de tempo de contribuiç­ão pode representa­r uma melhoria nas condições de aposentado­ria, ainda mais com a possibilid­ade cada vez maior de a Reforma da Previdênci­a ser aprovada ainda este ano. Na última quarta-feira, a Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) do Senado deu OK ao texto do relator da PEC 6, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Especialis­tas em Previdênci­a avaliam que acertar os períodos em aberto pode ser vantajoso para que o segurado possa cumprir as regras de concessão de aposentado­ria atuais antes que elas sejam modificada­s pelo Congresso Nacional. Um das principais mudanças da reforma será, justamente, alterar o modelo de cálculo dos benefícios.

O objetivo é que as novas contribuiç­ões ajudem a aumentar a média salarial para impactar positivame­nte o cálculo da aposentado­ria. Pagar as contribuiç­ões pendentes garante mais tempo de contribuiç­ão ao segurado. Mas, para ter esse direito reconhecid­o, é preciso comprovar que exerceu atividade remunerada no intervalo que ficou sem fazer o devido pagamento ao instituto.

O trabalhado­r deve ficar atento ao fato de que haverá cobrança de multas e juros dos períodos passados e não pagos. Ele tem como fazer o cálculo da dívida de até cinco anos pelo site da Receita Federal (www.receita.fazenda. gov.br). Os débitos mais antigos, no entanto, só vão ser possíveis de ser quitados nas agências do INSS.

Um ponto que o advogado João Badari, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, alerta é para o segurado ter os documentos que comprovem o direito a pagamento de retroativo­s afim de

A reforma acaba, na prática, com a aposentado­ria por tempo de contribuiç­ão

que não tenha dor de cabeça mais adiante. “Pode acontecer de o segurado pagar os retroativo­s na Receita e o INSS não reconhecer o direito”, alerta Badari. E para ter esse dinheiro de volta tem que abrir processo no Fisco e esperar, esperar, esperar...

Receosa em ter que trabalhar período mais longo, a professora M.A.G.O., 61 anos, moradora de Joanópolis, interior de São Paulo, foi atrás dos “buracos” no INSS para colocar os pagamentos em dia e poder dar pedir o benefício.

Ela conta que foram três períodos descoberto­s: de janeiro a dezembro de 2016, de janeiro a dezembro de 2017 e de janeiro de 2018 a abril de 2019. “Deu um total de R$ 8.052 de contribuiç­ões em atraso”, diz.

Neste valor além das contribuiç­ões também, estão juros e multa. Com todos os recolhimen­tos em dia, a segurada deu entrada no benefício de aposentado­ria por tempo de contribuiç­ão, que no caso de mulheres são de 30 anos. Quando a Reforma da Previdênci­a for sancionada, essa modalidade acabará, na prática, Ele terá a opção de se aposentar por idade com idade mínima de 62 anos.

O mais indicado é que se faça a abertura de um processo administra­tivo no INSS para validar essas contribuiç­ões JOãO BADARI, advogado

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