O Dia

Celulares pegos com presos vão para a perícia

Apreensão de aparelhos, este ano, já é 53% maior em relação ao mesmo período de 2018

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Desde o início do ano, 8 mil aparelhos foram apreendido­s nas cadeias do Rio. Destes, 300 estão sendo hackeados em busca de detalhes sobre a ação dos criminosos.

ASecretari­a de Administra­ção Penitenciá­ria (Seap) já apreendeu 7.762 celulares de janeiro a agosto deste ano, dentro de unidades prisionais. O número representa um aumento de 53% nas apreensões do tipo, já que, no mesmo período do ano passado, foram encontrado­s 5.076 aparelhos com os presos.

Em uma das operações realizadas pela própria Seap, intitulada Iscariotes, em alusão ao apóstolo traidor de Jesus, 13 inspetores penitenciá­rios foram flagrados tentando entrar com objetos ilícitos nas cadeias, incluindo celulares. A ação ocorreu no mês passado.

Os celulares apreendido­s são encaminhad­os para delegacias da região. No entanto, desse total, a própria Seap ficou com 300 unidades para análise do setor de inteligênc­ia. Segundo a pasta, a ideia é tentar analisar conversas entre presos sobre possíveis fugas ou identifica­r

facilitado­res da entrada desse material.

Para o promotor André Guilherme Freitas, que atua na Execução Penal, além de impedir a entrada de celulares é necessário aumentar a punição para os presos flagrados com os aparelhos. “Tem que responsabi­lizar de forma severa os presos que sejam surpreendi­dos com os celulares, como também terceiros

Seap inaugurou em Bangu um centro de monitorame­nto considerad­o mais moderno do país

que tenham colaborado com esse ingresso, sejam visitantes ou servidores públicos. É urgente uma mudança legislativ­a para que esse tipo de conduta não seja tida mais como de menor potencial ofensivo, como é atualmente, e que seja considerad­o crime também a posse desses aparelhos dentro da unidade prisional”, afirmou.

O promotor também defende que seja dada uma solução permanente para a destruição dos celulares, que ficam nas delegacias, esperando decisão judicial para a destruição. “Isso pode facilitar que retornem à ilicitude”, apontou. “O grande problema talvez seja achar que o celular é um objeto inofensivo, porém dentro da cadeia é um instrument­o capaz de tirar muitas vidas e levar ao terror os cidadãos, pois através deles os marginais emitem ordens de dentro da prisão, além de continuare­m a gerenciar seus nefastos negócios criminosos”, avaliou.

Em nota, a Seap afirmou que tem investido em tecnologia para inibir a entrada dos aparelhos. “Outro reforço de segurança nas unidades prisionais foi o uso de alta tecnologia. Foram adquiridos três drones que estão sendo utilizados nas operações e fiscalizaç­ões. Além disso, a Seap inaugurou na última semana o mais moderno centro de monitorame­nto de unidades prisionais do país no Complexo do Gericinó, em Bangu, com um investimen­to de R$ 28 milhões”.

 ?? DIVULGAÇÃO ?? Entre janeiro e agosto deste ano, já foram apreendido­s 7.762 celulares nos presídios do estado
DIVULGAÇÃO Entre janeiro e agosto deste ano, já foram apreendido­s 7.762 celulares nos presídios do estado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil