No Dia de Finados, pedidos de paz para o Rio de Janeiro
Dom Orani celebrou missa, com apresentação de orquestra da Maré. Comerciantes lamentam que data atraia cada vez menos pessoas
No Cemitério do Caju, a programação foi especial no Dia de Finados. O Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, celebrou uma missa e aproveitou a oportunidade para pedir paz nas grandes cidades, principalmente no Rio de Janeiro.
“É normal celebrarmos, todos os anos, missas para os falecidos. Neste ano, em especial, estamos com um tema que vai além da longevidade e da qualidade de vida. Muita gente morre em decorrência da violência nas grandes cidades e isso pode ser diminuído, pode ser melhorado. Cabe a nós sermos instrumentos de paz, ajudar as pessoas a se respeitarem, se amarem e fazerem o bem”, disse o Cardeal.
Além de missas e cultos, houve apresentação da Orquestra Maré do Amanhã, formada por crianças e adolescentes das comunidades do Complexo da Maré. No
Crematório e Cemitério da Penitência, também no Caju, a primeira missa aconteceu às 8h, celebrada pelo Padre Pedro Paulo. Logo após os fiéis participaram de um ato que soltou balões brancos, comandado pelo grupo Amigos Solidários na Dor do Luto-RJ, que teve como intenção um pedido de paz para o Rio.
Apesar do engarrafamento para chegar e do grande movimento, comerciantes na região do cemitério contam que, a cada ano, menos pessoas vão ao local no Dia de Finados. André Henrique é dono de um bar na porta do Cemitério do Caju. Segundo ele, o movimento está diminuindo e isso fica evidente nas vendas.
“Trabalho aqui desde 1982. No começo, vendíamos até 35 caixas de cerveja em um Dia de Finados. Eram seis funcionários no salão e mais duas cozinheiras. Hoje, comemoro se vender dez caixas e tenho apenas dois funcionários”, lamentou André.