O Dia

Malvino Salvador diz que recebe com naturalida­de cantadas de homens.

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Como analisa a atual fase de Agno na novela?

Eu acho que ele está em um momento de transforma­ção da vida muito importante, porque é um cara que nunca viveu uma verdade na vida. Ele viveu uma mentira a vida inteira, sempre teve que se esconder eé a primeira oportunida­de que ele tem de poder dizer para todo mundo o que ele realmente é. Agno não precisa mais viver com isso, com essa mentira e eu acho que isso é uma coisa libertador­a para ele.

Acredita num amor verdadeiro entre ele e Leandro (Guilherme Leicam)?

Acredito que pode haver sim um amor verdadeiro entre o Agno e o Leandro. Acredito, sim, que ele possa se apaixonar pelo Leandro e que sinta amor, amor de verdade, principalm­ente, porque o Leandro foi a primeira pessoa que falou que gostava dele como ele era. É a primeira vez na vida em que ele tem a oportunida­de de se relacionar com outra pessoa e que diz que gosta dele de verdade. E não pelo o que ele tem. E isso pegou o Agno de alguma forma. Fez com que ele começasse a olhar o Leandro de outra maneira, como ele nunca tinha olhado para outra pessoa.

Você acha que pode existir amor verdadeiro no universo gay?

Eu acredito que possa haver amor verdadeiro em qualquer situação, entre seres humanos. Sem distinção.

Você tem levado ou já levou cantada masculina? Qual é a sua reação quando isso acontece?

Já levei, claro! Acho que qualquer cantada, seja masculina ou feminina, de quem quer que seja, o que importa é a maneira, se foi uma maneira respeitosa. Às vezes é engraçada e aí eu acho graça também. De modo geral, eu levo numa boa a cantada masculina. Eu acho legal, acho bacana também, não tenho nenhuma questão com relação a isso.

Você tem muitos amigos gays?

Tenho amigos gays e isso para mim não é uma questão. Eu não fico parando para pensar nisso. São meus amigos e ponto final, quando a gente sai junto também, quando batemos papo sobre diversos assuntos, qualquer assunto, como bateria papo com qualquer heterossex­ual ou com quem quer que seja.

Você já frequentou ambiente gay?

Já tive a oportunida­de de ir a lugares em que tinham majoritari­amente pessoas gays. E foi tranquilo.

Você já teve alguma relação homossexua­l na vida?

Não, eu nunca tive.

Agno teve a difícil missão de contar para a filha sobre a sua sexualidad­e. Em algum momento você já teve que conversar com sua filha sobre algum assunto polêmico e passou pela mesma dificuldad­e?

Eu nunca tive dificuldad­e nenhuma, nem uma missão difícil de falar qualquer coisa com relação às minhas filhas. Eu acho que todos os temas foram e estão sendo introduzid­os conforme a idade. A gente costuma abordar esses temas a partir do que a idade permite, o que a gente acredita que seja a idade certa para falar. Quando é muito criança, você aborda as coisas de uma maneira muito mais lúdica, explica através de metáforas que as crianças entendem, que é o universo que elas estão conectadas. Conforme a idade vai crescendo a gente vai começando a explicar mais as coisas para elas. Mas como a gente conversa sobre tudo, eu nunca tive dificuldad­e de conversar sobre qualquer tema com as minhas filhas.

Qual o segredo para se ter uma família tão linda como a sua?

Uma família bacana e legal é uma família unida e unida é presença. Presença que eu falo é ter dedicação, querer vivenciar o que os seus filhos, a sua família, mulher, no caso, a minha mulher e as minhas filhas, gostam. O prazer de estar junto, de frequentar a escola onde elas estudam, participar das atividades, por exemplo. Também levar na natação, levar no jiu-jítsu, ir no parquinho, fazer uma brincadeir­a no fim de semana, ir à praia, fazer o exercício de casa quando chega da escola, entrar na brincadeir­a, ver um desenho animado ou ir ao cinema. É você querer estar junto, estar perto. No caso, com a minha mulher, a gente aproveita tanto as crianças juntos quanto também temos a nossa vida de casal. A gente se permite ter a nossa vida de casal, a gente consegue sair nós dois, a gente está sempre conectado também, eu acho que isso é super importante. Então, eu acho que esse é o segredo, o nosso segredo, pelo menos, para ser uma família feliz.

Acredita que ser pai de menina seja mais difícil?

Ser pai de menina não é mais difícil, não. Eu só tenho meninas, não sei qual seria a experiênci­a de ser pai de menino. Eu acho que ia ser legal para caramba também. Com certeza. Eu estaria em outro universo, um universo masculino que também tem coisas muito legais e iria fomentar e estar presente também do mesmo jeito. Mas o fato é que eu sou pai de três meninas, então o que eu posso dizer é que eu adoro, eu amo o universo feminino e o universo das minhas princesinh­as.

Você é daqueles pais que têm muito ciúme das filhas?

Eu nunca fui ciumento com a minha irmã, por exemplo. A minha irmã é uma mulher muito bonita e dois anos mais nova do que eu. Nunca tive ciúmes, mas eu sempre estive presente no sentido de estar apoiando ela. E, no caso das minhas filhas, é uma relação. Elas são minhas filhas e eu tenho uma responsabi­lidade muito grande na educação delas, só que eu devo prepará-las para o mundo. Eu vou tentar ao máximo saber aconselhá-las e eu acho que o fato de ter essa convicção, de ter essa postura vai, provavelme­nte, fazer com que eu não tenha ciúmes delas, pelo contrário, que eu queira o bem delas. Agora eu vou proteger as minhas filhas. Se eu perceber que as pessoas com quem elas estejam tendo algum tipo de relação lá na frente, não agora, porque elas são muito novas, se a pessoa não está tendo uma conduta legal com elas e eu como pai vou fazer o possível para orientá-las. Sem impor nada, porque não adianta você querer impor uma coisa, porque o ser humano é dono do seu próprio nariz. Agora como pai eu vou tentar aconselhá-las através da minha experiênci­a, é isso que eu posso fazer.

Como você lida com perfis fakes que se passam por você? Já passou por constrangi­mento por conta disso?

Nesse mundo da internet, é inevitável acontecer essa coisa de fakes. O fake news está imperando nas mídias sociais. Eu não me importo, não tenho o que fazer na verdade. Uma vez eu encontrei com uma amiga que falou assim: “Sabe aquele negócio que você me disse no Facebook?” e eu falei: “Ãn? Olha só, eu não tenho Facebook”. E ela disse: “Como assim não tem Facebook? Eu falo com você há um ano e meio”. Então eu falei: “Cuidado, hein?! Olha lá o que você falou para essa pessoa aí, que não sou eu não”. Eu acho que as pessoas é que têm que checar com mais cuidado quem elas seguem, quem elas estão acompanhan­do. Eu acho que existem maneiras de checar se você realmente está falando com a pessoa certa, porque tem muito pilantra por aí que pode prejudicar a vida das outras pessoas.

Com a minha mulher, a gente aproveita tanto as crianças juntos e também temos a nossa vida de casal

Ser pai de menina não é mais difícil, não. Eu só tenho meninas, não sei qual seria a experiênci­a de ser pai de menino.

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Como é sua convivênci­a com eles?

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