Tornozeleira eletrônica para agressor
Programa do Tribunal de Justiça capacita profissionais de beleza para levar informação às vítimas
Salão de beleza também é lugar de papo sério. A conversa nesses centros de estéticas, entre os profissionais de beleza e as clientes, é mais uma ferramenta no combate à violência contra a mulher no Estado do Rio. Desde agosto, instrutores de beleza do Senac-RJ, da região metropolitana, estão sendo treinados por especialistas da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (COEM), do Tribunal de Justiça do Rio. Eles atuarão como multiplicadores da Lei Maria da Penha junto aos estudantes dos cursos do Senac.
A estimativa é que até 2020 mais de dois mil alunos sejam capacitados. Com isso, cabeleireiros, maquiadores, depiladores, manicures e esteticistas estarão aptos a orientar às clientes vítimas como buscar por ajuda. A estratégia teve início no país com o projeto Mãos Empenhadas, lançado em 2017, no Mato Grosso do Sul.
Para a gerente Executiva de Desenvolvimento de Produtos e Tecnologias da Educação do Senac-RJ, Luciana Maranhão, o Mãos Empenhadas tem uma premissa positiva pois incentiva a empatia. “Os salões de beleza, em geral, são espaços de acolhimento para as mulheres, onde elas se sentem bem recebidas e à vontade para conversar. Trata-se de uma escuta sem julgamentos que às vezes ela tem dificuldade de encontrar na família ou nos amigos mais próximos”, explicou Luciana.
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Desde o início do mês de julho, agressores de mulheres do estado do Rio estão usando tornozeleiras eletrônicas. Os equipamentos são os mesmos usados na monitoração de presos do regime semiaberto pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Com a monitoração, a própria vítima pode perceber, por meio de um aparelho que vibra, que o agressor está num raio de 200 metros próximo dela, infringindo decisão judicial.
Para atender inicialmente essas demandas, a Seap disponibilizará 20 equipamentos. Até o momento, a Justiça autorizou a utilização de dois aparelhos às vítimas.
Os dispositivos eletrônicos, adotados para o cumprimento da determinação prevista na Lei Maria da Penha, possibilita à mulher uma maior segurança. É possível saber informações sobre o agressor, como os locais percorridos por ele, o horário que ficou em sua residência ou se ausentou, além de certificar a distância da vítima.