O Dia

Os desafios da habitação social no estado

- Juarez Fialho Secretário estadual das Cidades

Moradia adequada é um direito humano universal. No Brasil, principalm­ente nos aglomerado­s urbanos, este direito fundamenta­l infelizmen­te não é garantido para muitas pessoas. De acordo com dados da Fundação João Pinheiro, o déficit habitacion­al relativo do país - que dimensiona a carência em relação ao total de domicílios de uma região - correspond­e a mais de 6,6 milhões de moradias. No Estado do Rio de Janeiro esse déficit representa mais de 400 mil, um dado alarmante.

Além do déficit habitacion­al - conceito que engloba habitação precária, adensament­o excessivo em domicílios alugados, coabitação familiar e ônus excessivo com aluguel - outro fator preocupant­e são as moradias em áreas de riscos. Dados da Secretaria de Defesa Civil Estadual indicam que há cerca de 300 mil pessoas vivendo em 2.700 áreas de risco, ou seja, um grande número de pessoas que em virtude da habitação precária estão vulnerávei­s a um desastre iminente.

Esses são problemas que não surgiram da noite para o dia: foram décadas de permissivi­dade com relação à expansão desordenad­a das áreas urbanas em regiões muitas vezes precárias e sem infraestru­tura. É preciso planejamen­to e organizaçã­o para solucionar esta importante questão social, além de claro, uma política habitacion­al eficaz.

Cumprindo promessa de campanha, o governador determinou a retomada da construção de casas populares que estavam paradas desde 2014. Mesmo em meio ao ajuste fiscal que se fez necessário em virtude da grave crise financeira herdada da gestão anterior, as obras já estão em andamento em três cidades do interior - Pinheiral e Barra do Piraí, na Região Serrana, e Laje do Muriaé, no Noroeste Fluminense. Serão mais de 370 casas entregues só nessas três cidades.

Através da Secretaria Estadual das Cidades, o governo também reiniciou os processos parados de regulariza­ção fundiária de imóveis de interesse social, bem como obras de esgotament­o sanitário, abastecime­nto de água, implantaçã­o de redes de drenagem e canalizaçã­o de águas pluviais. Essas obras garantem dignidade para os conjuntos habitacion­ais entregues à população sem condições adequadas de habitabili­dade.

Além da conclusão de todas as obras habitacion­ais inacabadas no estado, mantida a expectativ­a de reaquecime­nto da economia e a volta da capacidade de investimen­tos, o programa estadual de habitação “De Casa Nova” deverá oferecer mais de 20 mil unidades habitacion­ais parcialmen­te subsidiada­s a cada ano a partir de 2020, sendo prevista também expansão significat­iva na produção de unidades 100% subsidiada­s para remoção de famílias de áreas de risco.

Mais do que construir casas, precisamos pensar a política habitacion­al de forma integrada. Não podemos tratar a questão da moradia, desvincula­da do trabalho, das políticas de Educação, Saúde e mobilidade. É preciso construir uma política territoria­l que garanta qualidade de vida para a população.

O momento em que se adquire uma moradia própria é marcante na vida de qualquer um. O governo do estado está empenhado em desenvolve­r um programa habitacion­al eficiente para reduzir o déficit de moradias principalm­ente para aqueles que mais precisam.

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