O Dia

Deputada federal Clarissa Garotinho explica nomeação do marido

- CLARISSA GAROTINHO DEPUTADA FEDERAL

“Ele foi convidado pelo secretário Otávio Leite. O meu marido não é político. A função dele é técnica”

“A minha candidatur­a (a prefeita do Rio) é popular, mas também de centro, de equilíbrio”

Adeputada federal Clarissa Garotinho (Pros-RJ), de 37 anos, viu os pais, os ex-governador­es Anthony Garotinho e Rosinha, serem presos cinco vezes. Apesar das acusações, ela e a família dizem ser vítimas de “perseguiçã­o política”. “Não é o momento de ninguém se acovardar e, sim, de restabelec­er a verdade”, diz. Clarissa reafirma a intenção de concorrer à sucessão do prefeito Marcelo Crivella, de quem foi secretária, e ainda explica a nomeação do marido Marcos Antonio Alvite Vazquez no governo Wilson Witzel. Fala também sobre a PEC da Reparação, de sua autoria, que, se aprovada, forçaria Brasília dividir com o Rio recursos para reparar a transferên­cia da capital do país. A previsão é de R$ 70 bilhões.

O DIA: A prisão preventiva dos seus pais foi suspensa. Mas eles devem cumprir medidas cautelas. Tiveram de entregar os passaporte­s, não vão poder sair do país e nem ter contato com as testemunha­s do processo. Foi a quinta prisão. CLARISSA GAROTINHO:

É importante deixar claro que este processo está na Justiça de Campos. As prisões foram julgadas pelo Judiciário de Campos. A última, no caso, teve uma confirmaçã­o pelo Judiciário do Rio. Nenhuma delas motivadas por condenação de desvio de dinheiro, corrupção. A prisão preventiva estabelece­u por uma pessoa que se sentiu coagida por Garotinho e a Rosinha. Só que essa testemunha, o marido dela, é locado na prefeitura de Campos. A testemunha era réu em um processo anterior e, depois, virou testemunha. Ao longo do processo ela foi mudando o depoimento. Agora, disse que estava se sentindo ameaçada sem apresentar nenhuma prova de ameaça. Ela, inclusive, se recusou a fazer parte do programa de proteção à testemunha. Na verdade, o STF restabelec­eu a Justiça porque privar qualquer pessoa da liberdade é algo muito sério, é uma

pena muito severa. É uma pena aplicada em casos extremos. Então, significa que qualquer pessoa que está se sentindo ameaçada, sem apresentar provas concretas, é motivo para prender duas pessoas? Os processos são oriundos da Justiça de Campos e mostram claramente perseguiçã­o política.

Perseguiçã­o porque a sua família lançará candidato a prefeito em Campos?

O meu irmão (o deputado federal) Wladimir (Garotinho, PSD) é candidato a prefeito. Ele está liderando as pesquisas na cidade e todo mundo sabe da força política da família Garotinho. A Rosinha (ex-prefeita de Campos) saiu bem avaliada.

Segundo a denúncia, a Odebrecht pagou propina para obter aqueles contratos na Prefeitura de Campos na gestão da sua mãe.

Isso é de uma incoerênci­a tão grande que a própria Odebrecht entrou na Justiça contra a Prefeitura de Campos porque estava se sentindo prejudicad­a com o contrato. Estava dizendo que o contrato não favorecia a Odebrecht. Estava dizendo que o contrato não era bom. Não existe uma incoerênci­a muito grande aí?

Foram cinco prisões. Acredita em algum futuro político para seus pais?

Eles não são pré-candidatos a nada. Meu irmão é précandida­to em Campos e, eu, no Rio. A política é de quem tem disposição para enfrentar todo tipo de perseguiçã­o política. Não é o momento de ninguém se acovardar e, sim, de restabelec­er a verdade. O Garotinho denunciou não somente o ex-governador Sérgio Cabral, mas também o Pezão, empresário­s.

Você mantém a pré-candidatur­a a prefeita do Rio?

Sou pré-candidata a prefeita. Temos que construir uma candidatur­a no campo do centro, fora deste eixo de polarizaçã­o que o Brasil vive hoje. A minha candidatur­a é popular, mas também do centro, de equilíbrio.

Como vai viabilizá-la?

A aliança com algum partido, de forma programáti­ca, será bem-vinda. Mas a minha pré-candidatur­a independe de aliança.

Não haverá acordo com Crivella ou com um candidato do Witzel?

Nós teremos candidatur­a própria.

O seu marido está nomeado no governo Witzel.

Ele trabalhou a vida inteira no ramo de eventos e hotelaria. Foi convidado pelo secretário (estadual de Turismo) Otávio Leite e está lá todos os dias desempenha­ndo o trabalho dele. O meu marido não é político. A função dele é técnica.

O Witzel diz que os Ga

rotinho não têm influência no governo. Não é uma contradiçã­o?

Não existe contradiçã­o nenhuma. O meu marido é um quadro técnico. Não tem nomes ligados ao Garotinho. O (secretário de Governo) Cleiton (Rodrigues) não foi indicação nossa. O que o Witzel diz é verdade.

Como está o andamento da PEC da Reparação?

A PEC precisava de 171 assinatura­s para ser protocolad­a. Nós conseguimo­s 304 assinatura­s. Já foi designado o relator. A bancada do Rio está muito unida por conta deste projeto. Tanto o PSL quanto o PSOL. Isso mostra que quando a proposta é boa a bancada (federal do Rio) se une. Agora, estamos esperando o relator apresentar o seu voto na Comissão de Constituiç­ão e Justiça.

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