O Dia

Comperj: esperança e desenvolvi­mento

- Anderson Alexandre Deputado estadual pelo Solidaried­ade-RJ

No momento em que a Petrobras anuncia a possibilid­ade de retomada das obras do Complexo Petroquími­co do Rio de Janeiro (Comperj), a partir de uma parceria com petrolífer­a chinesa, é fundamenta­l reafirmarm­os nosso compromiss­o com a recuperaçã­o socioeconô­mica dos municípios diretament­e impactados pela paralisaçã­o do empreendim­ento. Hoje, Itaboraí amarga uma das maiores crises financeira­s de sua história. Para comportar a promessa de investimen­tos com a construção do complexo, a cidade ergueu negócios comerciais e imobiliári­os que nunca geraram lucro. Em contrapart­ida, a paralisaçã­o das obras destruiu a esperança de centenas de pessoas que sonhavam com uma vida melhor. Quando foi anunciado, o Comperj previa um impacto econômico ambicioso com a geração de mais de 200 mil empregos diretos e indiretos na região.

Consideran­do o ambiente econômico ainda difícil no Estado do Rio de Janeiro, com retomada lenta na abertura de vagas de trabalho, a notícia da retomada das obras chega como um alento para centenas de desemprega­dos que vivem nas cidades do Conleste, consórcio formado por municípios fluminense­s cujo objetivo original era discutir políticas públicas para minimizar os impactos do complexo petroquími­co. Além da população de Itaboraí, moradores de São Gonçalo, Rio Bonito, Maricá, Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim e outros municípios das baixadas Litorânea e Fluminense voltaram a sonhar com as oportunida­des do empreendim­ento.

E para garantir que essas oportunida­des alcançarão o maior número de pessoas, apresentei o Projeto de Lei 974/2019 na Alerj, para que os empregos diretos ou terceiriza­dos vinculados ao Comperj sejam obrigatori­amente preenchido­s por moradores desses municípios.

A proposta altera a Lei 5.592/2009, que embora já previsse a geração de, pelo menos, 3.500 empregos para a população do entorno do complexo, não estabeleci­a como “obrigatóri­a” a sua contrataçã­o. Além disso, o projeto de lei apresentad­o, corrige outra distorção da legislação em vigor, que previa a contrataçã­o dos moradores dos municípios do Conleste somente na fase de operação.

Nossa proposta inclui no texto as fases de construção, implantaçã­o, pré-operação e operação, o que aumentará radicalmen­te a geração de novas vagas de trabalho para essa população imediatame­nte a partir da primeira fase das obras. Aos poucos, no rastro da retomada do Comperj, outros empreendim­entos já estão sendo erguidos na região e o que se vê é a contrataçã­o de profission­ais de outros estados para a empreitada, mostrando que é preciso, sim, nos protegermo­s com dispositiv­os legais que garantam nossa recuperaçã­o econômica.

A atração de novos investimen­tos para o Estado do Rio de Janeiro anuncia um momento crucial para a retomada do cresciment­o e é uma questão de justiça assegurar que sua população seja beneficiad­a pelas novas oportunida­des nesse horizonte. Na luta pela sobrevivên­cia, diariament­e, milhares de pais de família se deslocam para longe de casa em busca de emprego. Dar a essas pessoas a chance de uma ocupação digna perto de seus entes queridos é plantar a esperança para colhermos um futuro com mais dignidade e qualidade de vida.

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