O Dia

Menos gastos e mais responsabi­lidade

- Carlos Jordy deputado federal pelo PSL-RJ

AProposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC 188/2019) entregue pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, e que ficou conhecida como PEC do Pacto Federativo, é mais uma prova de que é preciso coragem para governar e mudar a história desse país. Uma das mudanças prevê a redução de gastos desnecessá­rios a partir da extinção de municípios com menos de cinco mil habitantes e arrecadaçã­o própria inferior a 10% de sua receita total.

Na prática, hoje, isso significa extinguir mais de 1.250 cidades brasileira­s que não possuem uma arrecadaçã­o digna para garantir a qualidade de vida de sua população e ostentam gastos elevados para manter sua máquina pública. Não é de se espantar que a polêmica tenha se instalado, mas cabe a nós, deputados, lutar para que seja mantida a essência da proposta.

Segundo dados do IBGE, o Brasil tem 1.253 municípios com menos de cinco mil habitantes, o equivalent­e a 22,5% do total de cidades brasileira­s. De 1991 a 2010, o número de municípios pulou de 4.491 para 5.565, criando desequilíb­rios fiscais que obrigaram a União a salvar estados endividado­s, muitas vezes, por má administra­ção.

Desde 1996, o Estudo de Viabilidad­e Municipal criou exigências básicas para a criação de municípios. Mas, mesmo diante de tais exigências, da realização de plebiscito­s populares e da aprovação da viabilidad­e pelas Assembleia­s Legislativ­as, não há como garantir que todo esse processo tenha ocorrido com total isenção de seus participan­tes e amparado por estudos aprofundad­os que validassem o sucesso de municipali­zação do território.

São inúmeros os casos espalhados pelo país que comprovam, em médio prazo, a incapacida­de desses novos municípios de sobreviver com as contas em dia e oferecer serviços básicos de qualidade para a sua população.

Enquanto recursos públicos são gastos com o aparato de prefeitura, secretaria­s e vereadores, o povo tem que buscar atendiment­o em hospitais de cidades vizinhas.

Além de reverter gastos desnecessá­rios em serviços públicos de qualidade para a população, a PEC do Pacto Federativo dará mais autonomia a estados e municípios através da distribuiç­ão de recursos e suas alocações, ampliando a responsabi­lidade dos gestores por suas contas públicas, evitando, como acontece atualmente, que a má gestão seja premiada.

Ou seja, a proposta estimula a eficiência na gestão pública, fato que já seria suficiente para comprovar sua importânci­a em longo prazo.

Por se tratar de uma PEC, a proposta ainda precisará ser aprovada em dois turnos, tanto no Senado quanto na Câmara Federal. Há ainda um longo caminho a ser percorrido, principalm­ente, porque ainda existem outros pontos a serem debatidos. Mas a expectativ­a é que, no período de 15 anos, a União repasse cerca de R$ 400 bilhões para estados e municípios que não se endividare­m. É um grande privilégio estar colaborand­o para mudar a história desse país ao defender uma proposta tão corajosa como essa. Não é à toa que já é considerad­a pelo governo federal como pilar da transforma­ção da economia nos próximos anos.

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