O Dia

SOBROU GARRA

Escolas da Série A abrem os desfiles na Sapucaí mirando políticos e exibindo muita garra e alegria

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Primeiras escolas da Série A cruzaram a Sapucaí com críticas à falta de investimen­to. Na Império Serrano, comissão de frente (foto) brilhou, mas baianas não tinham as saias.

Omaior espetáculo da Terra começou, oficialmen­te, na sextafeira, com as escolas de samba da Série A abrindo os desfiles na Marquês de Sapucaí. Mesmo debaixo de forte chuva, que prejudicou alegorias de algumas agremiaçõe­s, o público cantou animado os sambas que trouxeram temas religiosos e também críticas políticas. Houve escola que levantou as arquibanda­s, como Porto da Pedra, de São Gonçalo; e a Cubango, de Niterói. Mas também houve momentos de drama: a ala das baianas do Império Serrano pisou na Avenida com a fantasia incompleta, sem as saias rodadas. Um triste pecado que abateu a torcida e também as integrante­s da escola, que desfilaram aos prantos.

Antes de a primeira escola entrar, a Liga das Escolas de Samba do Rio usou a Avenida para protestar pela falta de apoio financeiro do poder público. “O apoio do estado deveria ser para todas as agremiaçõe­s, não apenas para a elite do Carnaval”, dizia uma faixa.

Logo em seguida, a Acadêmicos de Vigário Geral levantou o público com o enredo “O Conto do Vigário”, sobre o povo que é enganado por histórias contadas por autoridade­s. A agremiação fechou seu desfile com um carro alegórico do palhaço Bozo vestindo

terno e faixa presidenci­al e imitando uma arma com as mãos. “A escola surpreende­u muita gente”, afirmou Ney Lopes, diretor de carnaval.

A Rocinha veio cantando sobre Maria Conga, princesa do Congo escravizad­a no Brasil e que criou o Quilombo de Magé. A comissão de frente, com guerreiras seguidas pelo Cruzeiro das Almas carregado por ogãs, arrancou aplausos da arquibanca­da.

Unidos da Ponte invadiu a Sapucaí mostrando a força do elo com a comunidade, mas teve problemas no abre-alas, que precisou ser empurrado.

Chegando do outro lado da Baía de Guanabara, a Porto da Pedra homenageou as baianas e desfilou com alegorias bem acabadas, belas fantasias e o forte samba-enredo que agitou o público. A Cubango cantou a história de Luiz Gama, filho de Luísa Mahin, líder da Revolta de Malês e importante abolicioni­sta. A comissão de frente impactante e as melhores fantasias do primeiro dia de desfile foram os destaques. A Renascer de Jacarepagu­á, apesar de menos luxuosa, apresentou em alto nível o enredo em homenagem às rezadeiras.

Reportagen­s de, Danillo Pedrosa, Hugo Perruso, Renan Schuindt e Thuany Dossares

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 ?? CLEBER MENDES ?? Império Serrano pecou: baianas desfilaram faltando as saias rodadas
CLEBER MENDES Império Serrano pecou: baianas desfilaram faltando as saias rodadas
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Vigário Geral levou um ‘Bozo presidenci­al’ para a Avenida
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A Unidos do Porto da Pedra, escola de São Gonçalo, homenageou as tradiciona­is baianas e desfilou pela Avenida com belas fantasias e alegorias bem acabadas. Recebeu aplausos!
 ??  ?? Renascer de Jacarepagu­a e as notícias que abalaram a Sapucaí e todo o Brasil
Renascer de Jacarepagu­a e as notícias que abalaram a Sapucaí e todo o Brasil
 ??  ?? A Cubango empolgou, mas teve sérios problemas nas alegorias
A Cubango empolgou, mas teve sérios problemas nas alegorias
 ??  ?? Rocinha uniu crenças para falar sobre a rainha-escrava Maria Conga
Rocinha uniu crenças para falar sobre a rainha-escrava Maria Conga
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