Damares Alves facilita diálogo com a CNBB
Ministra tenta desfazer conflitos da relação do presidente com os religiosos
Com aval do presidente Jair Bolsonaro, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, assumiu o papel de interlocutora do governo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Primeira integrante da equipe bolsonarista a manter uma reunião de trabalho com a entidade da Igreja Católica, Damares tenta construir pontes e desfazer conflitos que marcam a relação do presidente com os religiosos.
“Ai da política se não fosse a Igreja”, disse a ministra ao sair do encontro com a cúpula da CNBB, na última quarta-feira. Pastora da Igreja Batista da Lagoinha, uma denominação protestante, a ministra fez uma reverência à importância da Igreja num país de maioria católica, mesmo com o crescimento dos evangélicos, aliados preferenciais de Bolsonaro.
Há um histórico de atritos entre a CNBB e Bolsonaro que remonta à campanha eleitoral, quando o então candidato do PSL apareceu em vídeo dizendo que a entidade - comandada pela ala do clero considerada progressista, que atuou contra o regime militar - era “a parte podre da Igreja Católica”.
A pedido de Damares, a CNBB abriu suas portas em Brasília para ouvir explicações sobre projetos do governo. A ministra fez acenos de parceria em ações sociais para crianças, jovens e idosos e afirmou aos bispos que há católicos entre seus principais assessores.
A ministra construiu uma aproximação com a Igreja em 2019 e sua equipe costuma receber assessores da CNBB.