ALERTA DE GOLPE NO WHATSAPP
Um dos links distribuídos pelo aplicativo oferece álcool gel e outro diz para fazer cadastro para receber o auxílio de R$ 200 do governo federal
Não bastasse a ameaça do coronavírus, que é real e já vitimou mais de 350 mil pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), agora os cidadãos brasileiros têm que lidar com golpistas que se aproveitam da boafé e do desespero das pessoas para roubar dados e senhas bancárias. O dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, alerta que encontrou 19 golpes e seis aplicativos maliciosos que utilizam a doença e o isolamento social como pretexto para atrair a população e já atingiu mais de 2 milhões de pessoas.
Outro levantamento, mas desta vez da empresa de segurança Apura, mostra que foram encontrados 2.236 sites sem certificado de segurança com a palavra “coronavírus” no domínio. Henrique Lopes, especialista em segurança da informação, explica que grandes eventos facilitam a ocorrência de golpes cibernéticos, e ninguém está livre das tentativas. “No caso do coronavírus, a abrangência dos ataques vai desde grupos da escola em qualquer faixa etária até pessoas que investem no mercado financeiro”, apontou.
Nos últimos dias, os principais golpes pelo WhatsApp foram relacionados à Ambev, que anunciou a produção e distribuição de frascos de álcool em gel para hospitais, e à Netflix. Não clique, é golpe! Outro golpe pelo aplicativo de mensagem pede ao usuário para clicar em um link para se cadastrar e receber os R$ 200 de auxílio que o governo federal vai pagar a autônomos e trabalhadores informais. Quem clicar nesse endereço eletrônico vai ser redirecionado a uma página e pode ter muita dor de cabeça: os falsários roubam dados do usuário.
Segundo Emilio Simonini, diretor do dfndr, a maioria dos golpes tem o objetivo de roubar dados pessoais e financeiros, como senhas bancárias, ou levar as vítimas a páginas falsas.
“A tendência é que o número de ataques e de vítimas aumente nos próximos dias” EMILIO SIMONINI, do dfndr lab
“Para tornar o ataque mais verídico, alguns golpes se aproveitam de ações reais que grandes empresas e o governo estão realizando para enfrentar o coronavírus”, alerta Simoni. “A tendência é que o número de ataques e de vítimas aumente nos próximos dias, principalmente em decorrência do agravamento da situação do país”, continua.
Simoni dá duas dicas: é preciso desconfiar de informações sensacionalistas e ter cuidado ao clicar em links no WhatsApp e redes sociais. Ele orienta o usuário que receber estas mensagens a não compartilhar para evitar a propagação do golpe.
No caso de ataques cibernéticos, o recomendado é sempre a prevenção e, para Lopes, o primeiro passo é instalar um anti-vírus confiável.