Turismo sofre com o CORONAVÍRUS
Categoria dos guias é uma das mais impactadas com a interrupção abrupta do trabalho
Um dos setores mais importantes da economia do Rio, o turismo, tem sofrido com os efeitos da expansão do coronavírus. Agências de viagens, funcionários de pontos de interesse, como museus e áreas de visitação, e os 8 mil guias de turismo cadastrados no estado perderam suas rendas de uma hora para outra.
Arnaldo Bichucher, presidente da Liga Independente de Guias de Turismo (Liguia), conta que a situação tem assustado os empregados da área. “O turismo foi o primeiro a parar e vai ser o último a ser retomado. Até que as pessoas tenham confiança para sair de casa e viajar, isso vai demorar muito tempo”, explica o guia de turismo, que tem uma preocupação especial com os trabalhadores independentes.
“No momento, os guias que são autônomos estão passando por grandes dificuldades. Principalmente os guias que fazem todo dia a mesma excursão, com grupos que compram a passagem na hora. Esse guia ganha hoje para comer amanhã. Ele é menos remunerado e situação é muito mais frágil”, destaca Bichucher que questiona, inclusive, o auxílio oferecido para a categoria.
“O governo do Estado, através da Secretaria de Turismo, está tentando ajudar através de linhas de crédito emergenciais. O primeiro valor que tinha na AG Rio já foi esgotado: são linhas de crédito com carência de pelo menos um ano para começar a pagar, com juros muito baixos. Mas na nossa opinião, isso não resolve o problema. O empréstimo nada mais é do que criar uma dívida sem a certeza de que vamos conseguir pagar no futuro”, argumenta o presidente da associação. Ele defende que é o melhor caminho ainda é a transferência de renda, que depende de aprovação em instância federal.
RETOMADA
Responsável por pensar na agenda do estado no meio da crise, o secretário de Turismo Otávio Leite enfatiza a gravi
Número aproximado de guias de turismo no Estado do Rio. Mil deles dependem apenas do mercado para viver. E o Rio tem 34% dos guias do país. dade do problema enfrentado. “Depois da saúde pública, o setor mais atingido pelo coronavírus é o setor do turismo, que impacta pelo menos 52 atividades. Desde o Galeão que tem 15 mil funcionários, até as pelo menos três mil agências de viagens. Com a ausência do cliente, todo esse circuito fica paralisado”, explica o secretário que lembra que a atividade é o carro-chefe do estado.
“O Rio estava em uma retomada muito interessante. Acabei de sair de uma reunião e o governador pediu para focarmos em alternativas para ajudar. Em linhas gerais, é uma realidade de profunda preocupação e estamos trabalhando para a amenizar isso. No que diz respeito à esfera estadual, com abertura de linhas de crédito para a agência e para os guias de turismo”, conta.