BOAS AÇÕES, COMO DOAÇÃO DE ALIMENTOS, TRAZEM ESPERANÇA DE DIAS MELHORES.
Iniciativa em Higienópolis incentiva doações para quem passa por dificuldades
Em meio a dificuldades que muitas pessoas vivem diante das limitações impostas pelo combate ao novo coronavírus, um sopro de esperança pode virar um grande motor de empatia, ou mesmo um quartel-general da solidariedade. É o caso de iniciativas como a do mercado Bela Grécia Express, em Higienópolis, Zona Norte. Desde a semana passada, sua esquina, deserta devido às medidas de isolamento social, começou a receber o calor do apoio e da gratidão de moradores com a “mesa de caridade”, local em que muitos necessitados podem pegar mantimentos básicos de higiene e alimentação doados pela comunidade.
Depois de receber a informação de sua vizinha, Patrick Lima saiu do Mandela, em Benfica, e foi até lá garantir mantimentos para sua família. As dificuldades com a Covid-19 chegaram rápido no bolso dele, que garante o sustento e o da filha vendendo balas em sinais de trânsito. A iniciativa trouxe um sopro de esperança. “Muitos na comunidade não têm oportunidade de comprar alimento porque estão sem trabalho. Eu vendo balas no sinal mas, como não tem muitos carros na rua, como vou fazer para sobreviver e garantir o sustento da minha filha? A medida é muito importante para nós”, comentou.
Apesar do orçamento apertado, Patrick não deixará de retribuir. “Eu quero compartilhar o pouco que ganhei com quem está passando por dificuldade, como eu”, afirmou. A criação dessa corrente do bem que ajudou Patrick foi a principal motivação de Daniel Araújo, gerente do mercado. Com a mesa, ele quis mostrar que, se cada um doar um pouco, dá para fazer muito na vida de quem precisa.
O engajamento de pessoas na doação de itens de higiene e alimentação foi praticamente espontâneo, de acordo com o gerente. As doações vieram de quem acompanhou as correntes nas redes sociais, seja levando o que sobrou em casa, seja comprando na loja e deixando na mesa.
Muitos na comunidade não têm oportunidade de comprar alimento porque estão sem trabalho”
PATRICK LIMA, vendedor de balas