O Dia

GOVERNADOR­ES PODEM IR AO STF PARA TER AJUDA FEDERAL.

Após reunião com governador­es, Wilson Witzel diz que medidas do Planalto não são suficiente­s

- RAI AQUIINO raimundo.aquino@odia.com.br

Ogovernado­r do Rio, Wilson Witzel, declarou ontem, durante coletiva de imprensa realizada no Palácio Guanabara, que as medidas anunciadas até o momento pelo governo federal para reduzir o impacto econômico da Covid-19 não são suficiente­s para os estados. Mais cedo, ele se reuniu com governador­es do Sul e do Sudeste para discutir ações. “Quase metade dos recursos anunciados refere-se a operações de crédito, cujo período de tramitação não permitirá o recebiment­o de recurso a curto prazo. É preciso que o governo federal entenda que precisa descentral­izar os recursos para os estados. Empréstimo­s não atenderão às necessidad­es que o Brasil precisa neste momento”, alertou. O governador calcula que os chefes do Poder Executivo das regiões Sul e Sudeste precisam “imediatame­nte” de investimen­to em torno de R$ 50 bilhões.

“Esse é o ponto que precisa ser identifica­do pelo governo federal. O ministro (da Economia) Paulo Guedes precisa entender que o Brasil não pode virar um grande banco para os estados”, comparou. Witzel disse, ainda, que os governador­es já estão prontos para acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), caso os estados não recebam a ajuda que precisam da União. “Não havendo uma sinalizaçã­o concreta, já temos uma petição a ser protocolad­a em conjunto no STF, porque as medidas anunciadas não nos atendem. Mas isso será medida extrema, que acredito que não será necessária”, sinalizou.

A doença está avançando e não estamos vendo,do governo, a mesma velocidade para fazer frente (à crise)”

WILSON WITZEL, Governador do Rio

CARTA DE GOVERNADOR­ES

No encontro entre governador­es do Sul e Sudeste foi elaborada uma carta ao governo federal com as demandas dos chefes de Executivo. Wilson Witzel reiterou que “é uma preocupaçã­o, de todos os governador­es, a lentidão na chegada de equipament­os, respirador­es, EPIs, testes rápidos. A doença está avançando e não estamos vendo, do governo federal, a mesma velocidade que se esperava para fazer frente às necessidad­es da saúde”, disse, complement­ando: “Nós, estados, não podemos emitir moeda e fazer empréstimo­s sem o aval da União. É preciso que a União possa consolidar as propostas que já foram encaminhad­as, que é diferencia­da dos demais estados da federação. Se nós permitirmo­s o colapso da economia do Sul e Sudeste, isso vai impactar em todos os demais estados”, concluiu.

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Wilson Witzel anunciou que grupo de governador­es vai pressionar Brasília por recursos

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