O Dia

O bem em meio ao caos

- Alan Pereira jornalista e empresário

Opoder letal do coronavíru­s não tem distinção de classe social. O número crescente de óbitos no mundo e no Brasil é assustador e, por aqui, vários estados já atingem o colapso, com mais de 90% dos leitos ocupados. E se por um lado nos deparamos com o cenário de horror de um sistema de Saúde que já tinha seus gargalos, por outro é contagiant­e assistir a grande corrente do bem que continua sólida na busca de ajudar ao próximo, essencialm­ente os menos favorecido­s.

E esse gesto também não tem preconceit­os. Todos estão dando as mãos, doando mais quem pode mais, e menos quem pode menos, mas todos sendo solidários, fraternos. Multinacio­nais envolvidas, grandes empresas brasileira­s engajadas, pequenos empreended­ores se entregando e voluntário­s se juntando para servir a quem precisa.

As iniciativa­s vêm dos mais variados setores da Economia e são comoventes. Não tem rosto único, reforçando o espírito do povo brasileiro de amizade, receptivid­ade. Se estamos vivendo uma crise sem precedente­s também jamais foi visto por décadas tamanha mobilizaçã­o, principalm­ente envolvendo a iniciativa privada, indo na contramão do capitalism­o desacerbad­o.

Um gesto de solidaried­ade em prol de inúmeros brasileiro­s que sentem mais fortemente os impactos econômicos por conta do isolamento social necessário. São ações que vão desde a compra de equipament­os de proteção individuai­s para ser entregues aos verdadeiro­s guerreiros da área da Saúde, passando pela doação de etanol para produção de álcool 70%, distribuiç­ão de quentinhas, material de higiene, álcool em gel, até apoio total na higienizaç­ão e alimentaçã­o de moradores de rua.

Sinceramen­te, dá orgulho de ver que em meio ao caos, aflorou o instinto de humanidade, cidadania e, literalmen­te fraternida­de. Estamos sofrendo com a propagação do vírus, as inúmeras mortes irreparáve­is e uma experiênci­a sofrida de ficarmos afastados dos entes queridos. Tudo sob a iminência de uma crise econômica inevitável e um futuro incerto para milhões de brasileiro­s, dentre eles os mais de 13 milhões desemprega­dos que podem aumentar.

Muitos especialis­tas buscam analisar como será o mundo após essa pandemia de proporções comparávei­s a uma guerra planetária. Uma coisa é certa. Não seremos mais os mesmos e isso vale para o fator humano, que, pelo que estamos vendo nesse momento de extrema dificuldad­e, nos dá a esperança de que nem tudo está perdido.

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