Cloroquina aumenta risco de morte
Estudo publicado na revista científica ‘Lancet’ mostra que uso da droga pode levar a óbito por arritmia cardíaca. Pesquisa envolveu quase 100 mil pacientes, foi liderada pela universidade norte-americana de Harvard e é a maior já feita sobre o uso da substância no combate à covid-19.
Um estudo com mais de 96 mil pacientes internados concluiu que o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus, mesmo quando associado a outros antibióticos, aumenta o risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos infectados pela covid-19. A pesquisa é a maior realizada até o momento sobre os efeitos que essas substâncias têm no tratamento da doença.
“Nós fomos incapazes de confirmar qualquer benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em resultados de internação pela covid-19. Ambas as drogas foram associadas à diminuição de sobrevivência dos pacientes internados e a um aumento da frequência de arritmia ventricular quando usadas no tratamento da covid-19”, conclui o estudo liderado pelo professor Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard, e publicado ontem na revista científica ‘The Lancet’, uma das mais prestigiadas do mundo.
A pesquisa foi feita com pacientes de 671 hospitais em todo o mundo, internados entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril deste ano. Na quarta-feira, o Ministério da Saúde do Brasil liberou a cloroquina para todos os pacientes da covid-19, recomendando a prescrição desde os primeiros sinais da doença causada pelo novo coronavírus.