O Dia

A luta para a investigaç­ão ficar no Rio

- Sidney Rezende

Na próxima quarta-feira (27), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acontecerá o julgamento para decidir se haverá ou não a federaliza­ção do caso Marielle Franco e Anderson Gomes. Parentes de Marielle e Anderson lançaram, juntos com movimentos sociais e organizaçõ­es de direitos humanos, a campanha “Federaliza­ção não”. Em carta enviada aos ministros do STJ, parentes afirmam: “Senhoras e Senhores Ministros, nesse cenário de incertezas e denúncias graves de interferên­cia na Polícia Federal, nossas famílias não podem aceitar que as investigaç­ões dos assassinat­os de Marielle e Anderson sejam federaliza­das”. Monica Benício, viúva de Marielle, diz que “não há um dia que eu abra os olhos e não conte cada dia sem a resposta de quem mandou e por que mandaram matar Marielle? Falta menos de uma semana para votação do STJ, e é mais um momento de angústia. Não há motivos técnicos que justifique­m a federaliza­ção nesse momento e há razões políticas para não federaliza­r. Não consigo dormir sabendo da possibilid­ade da Polícia Federal - que Jair Bolsonaro quer controlar - cuidando do caso Marielle. Ele já demostrou profundo desrespeit­o pela memória dela, além de o nome de sua família ter sido mencionado por ter possível envolvimen­to com o acusado de ser o executor de Marielle e Anderson. Acreditamo­s que a federaliza­ção será a abertura do caminho para a impunidade. Queremos que as investigaç­ões corram com imparciali­dade de quem investiga”.

Bolsonaro já demonstrou profundo desrespeit­o pela memória de Marielle”.

MÔNICA BENÍCIO, Viúva de Marielle

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ARQUIVO PESSOAL Monica Benício, viúva de Marielle Franco, diz que pensa na ex-mulher todas os dias
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