Maracanã, enfim, completo
TCE avalia como reaver verba aplicada em hospitais de campanha inconclusos, e Secretaria de Saúde estuda alugar leitos privados
Após o secretário estadual de Saúde do Rio, Fernando Ferry, afirmar que alguns dos hospitais de campanha, previstos para pacientes com covid-19, podem não ser entregues, a organização social Iabas, responsável pelas obras, emitiu uma nota informando que ficaria feliz em paralisar a construção das unidades, se houver um controle da doença.
“Caso as curvas de incidência da covid-19 venham determinar a possibilidade técnica da descontinuidade da implantação dessas unidades, afirmamos, muito sinceramente, que estaremos felizes em paralisar nossas operações, uma vez que tal circunstância se dará mediante o término do risco de colapso da rede pública hospitalar, o que todos almejamos”, informou a OS, ontem.
Ferry justificou que seriam suspensas as construções com menos de 30% da estrutura concluídos e citou a unidade de Casimiro de Abreu, no interior do estado. “Precisamos avaliar com cuidado a necessidade de abrir os outros hospitais de campanha. A curva de contaminados, agora, está com leve queda”, disse. Ferry acrescentou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e uma comissão do governo estadual atuam para reaver o dinheiro investido nessas unidades, referente a 30% do orçamento previsto.
O secretário explicou, ainda, ao RJ-TV, que no lugar dos hospitais de campanha pode alugar leitos na rede privada de Saúde, se for mais barato. Procurada para esclarecimentos, a Secretaria de Estado de Saúde não se manifestou.
Em nota, o TCE-RJ confirmou que analisa o contrato e que o Poder Executivo pode alterar as condições de sua gestão em decorrência de situações excepcionais, como o aumento ou diminuição dos casos a serem atendidos.
Já o Ministério Público Estadual informou que a 6ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital vai acompanhar o caso “para evitar dano ao patrimônio público”.
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Foi inaugurada, ontem, a última parte do hospital de campanha do Maracanã, na Zona Norte. Foram abertos mais 200 leitos, sendo 80 de CTI e 120 de enfermaria. No total, a unidade conta, agora, com 400 vagas para pacientes com covid-19. A unidade é a única gerida pela organização social Iabas que foi inaugurada até o momento.
Por sua vez, o hospital de campanha do Parque dos Atletas, administrado pela iniciativa privada, vai passar por remodelação para abertura de 14 leitos de UTI com respiradores. “Decidimos pegar os últimos 50 leitos de enfermaria que faltavam ser instalados e vamos fazer uma remodelação”, explicou Leandro Tavares, vice -presidente da Rede D’Or, uma das empresas responsáveis pela gestão da unidade.