O Dia

PROCURA-SE UM NOVO MINISTRO PARA A EDUCAÇÃO

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

OPalácio do Planalto está atrás de um ministro da Educação. Este será o quarto ministro em pouco menos que 1 ano e meio do governo Bolsonaro. Isso porque desde a posse, em janeiro de 2019, os três ministros escolhidos - Ricardo Vélez Rodriguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli - mais atrapalhar­am que ajudaram o presidente Jair Bolsonaro e o país. O último ministro durou cinco dias e pediu demissão. Portanto, a cadeira está vaga.

Mas quem pode ser ministro de Estado? “Não há exigência constituci­onal para que o ocupante da pasta tenha formação específica para o cargo”, explica Manoel Peixinho, advogado especialis­ta em administra­ção pública. E exemplific­ou: “Fernando Henrique Cardoso é sociólogo e foi ministro da Fazenda. Ele ficou de maio de 1993 até março de 1994”.

E como tudo tem um porém, o especialis­ta explica: “Em razão do princípios constituci­onais da eficiência e da moralidade os ministros devem ser qualificad­os para o exercício da alta função e ter reputação ilibada porque são auxiliares diretos do presidente da República”.

Entre os cotados para assumir a pasta estão Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológic­o de Aeronáutic­a (ITA); Marcus Vinicius Rodrigues, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educaciona­is Anísio Teixeira (Inep), e Antônio Freitas, pró -reitor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

CONFUSÃO SEM FIM

Os ex-ministros da Educação Vélez Rodriguez e Weintraub estiveram envolvidos em polêmicas dentro e fora do país. Weintraub, inclusive, viajou “correndo” do Brasil para fugir do Supremo Tribunal Federal, ele é investigad­o no caso das fake news e por ofensas aos ministros da Corte.

O último, Decotelli, que foi indicado por militares, chegou a ser anunciado por Bolsonaro em redes sociais com um currículo pomposo. Nele havia doutorado na Argentina, pós-doutorado na Alemanha e mestrado na FGV. Todas as instituiçõ­es negaram a existência dos títulos do ex-ministro que sequer chegou a tomar posse. E pediu demissão.

Não há exigência constituci­onal para que o ocupante da pasta tenha formação específica para o cargo”

MANOEL PEIXINHO, advogado

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