Prefeitura derruba prédios da milícia
Condomínio com 21 edifícios ficava em loteamento na Gardênia Azul. Unidades saíam a partir de R$ 75 mil
Agentes da Prefeitura do Rio demoliram ontem nove construções dentro de um condomínio clandestino na Gardênia Azul, na Zona Oeste. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação (SMHIC), o local é apontado como sendo um loteamento irregular de milicianos da região. Cinco foram demolidos totalmente e quatro estão sendo derrubados de forma manual. O conjunto é formado por 21 prédios e possui cerca de 200 apartamentos.
No Facebook é possível encontrar 20 anúncios oferecendo cada unidade ao preço de R$ 75 mil. Entre as características dos imóveis, varanda gourmet e iluminação de LED no teto rebaixado da sala. Em uma das publicações, postada no dia 9 de março, o ‘vendedor’ anuncia a oferta de um terreno na Gardênia Azul por R$ 45 mil. “Promoção imperdível, terrenos planos com toda infraestrutura. Pode construir até quatro pavimentos e cobertura”, promete. Uma pessoa demonstra interesse e pergunta as dimensões. Ele responde: “Tenho 42 m², 66 m² e 84 m²”.
De acordo com a SMHIC, a maioria dos apartamentos estava desabitada, mas dois, mesmo inacabados, tinham moradores. Conforme a pasta, as construções foram interditadas pela Defesa Civil por apresentarem risco estrutural e vícios de construção.
“Os imóveis estão localizados em lotes informais da área do Projeto de Alinhamento e Loteamento (PAL) 19.752 da Avenida Isabel Domingues. A Subsecretaria de Habitação foi ao local fazer o cadastramento dos moradores para avaliar se eles se enquadram em algum benefício da prefeitura”, informou, em nota, a SMHIC.
Segundo Sebastião Bruno, secretário municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação, a área tem 10 mil metros quadrados e foi dividida em 16 lotes. “Nem 20% da capacidade construtiva tinha sido utilizada. Agimos rápido e cumprimos todos os trâmites administrativos para evitar essa desordem”, atesta Bruno.
Moradores do condomínio foram levados para prestar depoimento na 42ª DP (Taquara) para que a polícia possa identificar os responsáveis pelas construções irregulares e ilegais. “A gente só tem isso aqui. E agora?”, questionou uma moradora.