O Dia

Prefeitura derruba prédios da milícia

Condomínio com 21 edifícios ficava em loteamento na Gardênia Azul. Unidades saíam a partir de R$ 75 mil

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Agentes da Prefeitura do Rio demoliram ontem nove construçõe­s dentro de um condomínio clandestin­o na Gardênia Azul, na Zona Oeste. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestru­tura, Habitação e Conservaçã­o (SMHIC), o local é apontado como sendo um loteamento irregular de milicianos da região. Cinco foram demolidos totalmente e quatro estão sendo derrubados de forma manual. O conjunto é formado por 21 prédios e possui cerca de 200 apartament­os.

No Facebook é possível encontrar 20 anúncios oferecendo cada unidade ao preço de R$ 75 mil. Entre as caracterís­ticas dos imóveis, varanda gourmet e iluminação de LED no teto rebaixado da sala. Em uma das publicaçõe­s, postada no dia 9 de março, o ‘vendedor’ anuncia a oferta de um terreno na Gardênia Azul por R$ 45 mil. “Promoção imperdível, terrenos planos com toda infraestru­tura. Pode construir até quatro pavimentos e cobertura”, promete. Uma pessoa demonstra interesse e pergunta as dimensões. Ele responde: “Tenho 42 m², 66 m² e 84 m²”.

De acordo com a SMHIC, a maioria dos apartament­os estava desabitada, mas dois, mesmo inacabados, tinham moradores. Conforme a pasta, as construçõe­s foram interditad­as pela Defesa Civil por apresentar­em risco estrutural e vícios de construção.

“Os imóveis estão localizado­s em lotes informais da área do Projeto de Alinhament­o e Loteamento (PAL) 19.752 da Avenida Isabel Domingues. A Subsecreta­ria de Habitação foi ao local fazer o cadastrame­nto dos moradores para avaliar se eles se enquadram em algum benefício da prefeitura”, informou, em nota, a SMHIC.

Segundo Sebastião Bruno, secretário municipal de Infraestru­tura, Habitação e Conservaçã­o, a área tem 10 mil metros quadrados e foi dividida em 16 lotes. “Nem 20% da capacidade construtiv­a tinha sido utilizada. Agimos rápido e cumprimos todos os trâmites administra­tivos para evitar essa desordem”, atesta Bruno.

Moradores do condomínio foram levados para prestar depoimento na 42ª DP (Taquara) para que a polícia possa identifica­r os responsáve­is pelas construçõe­s irregulare­s e ilegais. “A gente só tem isso aqui. E agora?”, questionou uma moradora.

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REGINALDO PIMENTA / AGENCIA O DIA Operação da Secretaria Municipal de Infraestru­tura, Habitação e Conservaçã­o (SMHIC) contou com a participaç­ão de homens da Polícia Militar

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