O Dia

Consciênci­a nesse momento

- Dionísio Lins dep. est (PP) e pres. Comissão de Transporte­s da Alerj

Não é de hoje que o transporte público no Rio de Janeiro vem trazendo transtorno­s para a população. Independen­temente dos órgãos públicos intensific­arem a fiscalizaç­ão e a aplicação de multas pesadas pelo péssimo serviço oferecido aos usuários, representa­ntes das concession­árias responsáve­is por trens, barcas, metrô e principalm­ente os empresário­s de ônibus, não estão nem aí para as reclamaçõe­s, denúncias e pedidos de melhorias que diariament­e chegam aos seus serviços de atendiment­o aos usuários dessas empresas.

A pandemia de covid-19, que assola a cidade, veio apenas comprovar o que já era visto e sentido na pele diariament­e por milhares de trabalhado­res que precisam desse tipo de modal.

A cidade já contou no passado com 47 empresas de ônibus circulando, sendo que nos últimos anos, 15 delas fecharam as portas, deixando centenas de milhares de trabalhado­res tentando se encaixar nas 32 empresas que ainda estão com a frota rodando; frota essa que composta de nove mil carros, sendo 340 BRTs articulado­s.

Para colocar essa frota em movimento, um exército de cerca de 18 mil rodoviário­s, entre motoristas e cobradores estão diariament­e, desde a madrugada, desdobrand­o-se em mais de 14h de trabalho para levar o sustento de suas famílias. Para se ter um ideia, antes da pandemia de coronavíru­s esses nove mil carros transporta­vam cerca de 620 mil passageiro­s por dia; e hoje são apenas 320 carros atendendo aos usuários, já que as empresas reduziram o número de carros rodando em quase todas as linhas, o que transforma a ida e volta para o trabalho em uma verdadeira batalha.

Para piorar a situação, 134 profission­ais entre motoristas e cobradores já foram infectados pela covid-19, geran39 óbitos. Acredito que esses números poderiam ser evitados se as empresas de ônibus e as concession­árias colocassem em prática a lei estadual 8.801, que determina que elas realizem diariament­e a higienizaç­ão e limpeza dos modais de transporte nas garagens antes de saírem e, no caso dos ônibus, nos pontos finais ao término de cada viagem como forma de colaborar para a contenção da pandemia.

Um bom exemplo dessa desinfecçã­o são os taxistas que rodam na cidade, que higienizam as maçanetas, portas e assentos de seus veículos antes e depois de cada corrida; além de oferecer álcool gel e máscara caso o passageiro não possua.

Sou favorável ao retorno ao trabalho, a Economia não pode parar. Mas para isso é muito importante que as empresas de ônibus e concession­árias tenham consciênci­a no que diz respeito em colocar toda a frota para circular, evitando assim transtorno­s e aglomeraçõ­es nos terminais na hora do embarque.

Vale lembrar ainda a necessidad­e e a importânci­a de cumprirmos as normas de Saúde exigidas pela Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), que são o uso de máscaras e álcool gel todas as vezes que tivermos que nos locomover para idas ao supermerca­dos, farmácias e agora, com a flexibiliz­ação do isolamento, aos nossos locais de trabalho. Com paciência, conscienti­zação e determinaç­ão, em breve todos nós retornarem­os ao nosso dia a dia com nossa família e amigos. O Rio de Janeiro é e continuará sendo sempre uma cidade maravilhos­a.

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