SABADOU COM ‘S’ DE SAUDADE
Que tal saborear um belo baião de dois e carne de sol? Feira de São Cristóvão reabre sem shows e arrasta-pé, mas lojas e restaurantes voltam a funcionar.
Depois de 112 dias de portões fechados por conta da pandemia do novo coronavírus, a tradicional Feira de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, reabriu ontem. O público ainda não vai poder curtir as atrações de forró, shows de música ao vivo, nem karaokês, mas comida boa e artesanato não vão faltar, já que bares, restaurantes e lojas voltaram com ânimo total.
Dono de uma loja de alimentos, o paraibano Edvando de Freitas Costa, o Vando Guarabira, de 39 anos, trabalha na feira desde 1996. Ele vende especiarias como queijo, rapadura, pimenta e manteiga de garrafa, e garante que está tomando todos os cuidados nessa reabertura.
“Devemos seguir à risca as regras de ouro. Estamos firmes, fortes e confiantes. Tivemos que nos reinventar nesse período. Já fazíamos delivery e intensificamos isso. Para quem achava que não ia conseguir sobreviver nem um mês fechado, conseguimos superar esses quase quatro meses. É muita emoção estar aqui de volta e ver os fregueses de novo. Eu tenho 24 anos de feira, mas nem tenho palavras para descrever tudo que ela representa para mim”, declarou Vando.
Rosto conhecido na feira, o maranhense Carlos Botelho, o Marabá, é um militante da cultura nordestina. “A emoção é grande. A feira é tão maravilhosa, que quando a gente tá quase entristecendo ela vem e renova nossas energias, para ficarmos ainda mais fortes. Vem para a feira, mas vem de máscara, que aqui a gente tem muita proteção para você, pode vir tranquilo. Pode vir comer, matar a saudade da comida típica do Nordeste”, diz.
Foi tão longo esse período que estou com trauma, não quero férias tão cedo. Venham que estamos seguindo todas as regras” GERLAINE DO NASCIMENTO, dona do restaurante Asa Branca