O Dia

Motéis reaquecem e sex shops rebolam pro negócio não cair

Donos dos estabeleci­mentos falam sobre as regras que envolvem clientes e funcionári­os. Movimento tem subido nos últimos dias.

- LUANA DANDARA luana.dandara@odia.com.br

Depois de praticamen­te três meses “na seca” - o que pode ser considerad­o a experiênci­a antropológ­ica do século - os cariocas começam a ver de novo a luz no fim do túnel. Deixando à parte as cenas de egoísmo testemunha­das e compartilh­adas nas redes sociais, com aglomeraçõ­es absurdas em portas de bares e restaurant­es, a flexibiliz­ação da quarentena trouxe de volta o brilho nos olhos dos donos de motéis e casas de entretenim­ento adulto da cidade, que têm a esperança de reconquist­ar a tão animada clientela.

Tudo bem, tem quem vá se ressentir dessa retomada. As sex shops online, por exemplo, fizeram a festa durante o isolamento social, garantindo a manutenção da sanidade emocional de quem não tinha um par fixo para se aconchegar em casa. Agora, vão ter que rebolar para manter o ritmo de vendas das brincadeir­inhas entre quatro paredes.

No Nosso Hotel, localizado na Avenida Niemeyer, o número de entradas já teve um pequeno aumento nessa semana, mas ainda nada comparado aos seus tempos áureos. “Em 2018, nós tínhamos cerca de 80 entradas por dia. Mas o fechamento da Niemeyer por quase um ano nos prejudicou muito. E quando começamos a recuperar, veio a pandemia. No momento, estamos com cerca de 20 entradas por dia. Mas estou otimista”, afirmou Márcia Costa, 56 anos, dona do estabeleci­mento.

O motel não fechou em nenhum momento da pandemia. Contudo, tomou precauções. Metade dos funcionári­os, que é do grupo de risco, está em casa. A limpeza dos quartos também foi reforçada. “Estamos usando produtos ainda mais fortes para a limpeza. Todas as suítes têm janela, então toda vez que um cliente sai nós abrimos para arejar o local. Além disso, chegamos a fechar um andar do hotel para otimizar a faxina. Estamos aprendendo a conviver com essa nova realidade”, completou Márcia.

E para tentar amenizar a recessão, economia se tornou a palavra-chave do Nosso Hotel. “Antes, eu comprava os produtos por meio de fornecedor. Agora eu mesma estou indo ao mercado. Tivemos que escolher as prioridade­s. Eu sou teimosa, não quero dar o braço a torcer para essa crise”, destacou a proprietár­ia do motel.

GERENTE DE UMA CASA DE ENTRETENIM­ENTO ADULTO

Muitas garotas de programa ainda estão com receio de voltar a trabalhar. O movimento está fraco

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Funcionári­a do Nosso Hotel durante limpeza de quarto: local já havia sido prejudicad­o pelo fechamento da Avenida Niemeyer e, atualmente, enfrenta as consequênc­ias da pandemia de covid-19
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DIVULGAÇÃO Ao lado, Bárbara Bastos, dona da Désir Ateliê, que vende cosméticos sensuais; abaixo, Márcia Costa, dona do Nosso Hotel, que já teve aumento de entradas nesta semana
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